Blog do Oríosè: abril 2013

Esú - O Mensageiro dos Deuses (suas Origens, Ritos e fundamentos)

Esú - O Mensageiro dos Deuses (suas Origens, Ritos e fundamentos)

Por: Babalorixá Òríosè SangòT’olá

 
















Nos dias de hoje já é possível haver um esclarecimento maior quanto à religião do Candomblé, mas,
mesmo com toda informação disponível, ainda há pessoas que estão “atrasadas” quanto à sua
religião.
Uma das maiores confusões das pessoas do santo é quanto ao Orixá Exu, este é o mais
controvertido de todos e o que mais gera dúvidas e confusão nas cabeças do povo de santo, e não
poderia ser diferente afinal de contas ele é Exu, O mensageiro dos deuses e o grande agente mágico
Universal.
E é sobre ele que falaremos neste ensaio, tentaremos reunir o máximo de informação possível sobre
este Orixá, desmistificando-o tentando através de pesquisas e raciocínio lógico, apresentar este
Orixá como ele realmente é, e não como mentes supersticiosas pensam, ou como algumas religiões
querem impor em nossa mente.
Tentarei expor de forma clara e em linguagem simples algum conhecimento sobre este Orixá, para
que cada um que leia este livro ganhe em consciência, nunca em soberba. Faremos uma
apresentação geral deste maravilhoso Orixá, onde será explicado algum de seus assentamentos,
comidas votivas, Invocações, etc...
Espero desta forma contribuir para o engrandecimento desta Religião tipicamente Brasileira que
ajuda a tantos e é tão discriminada por tantos outros. Se de alguma forma apenas uma linha deste
livro esclarecer alguém sobre suas dúvidas, já terei cumprido minha missão.
Irmãos de todos os Axés, batalhem por seus direitos e contra o preconceito que assola a mente dos
ignorantes...
...Exu – Orixá ou não ? há ainda nos dias de hoje muitas dúvidas a respeito desta força mágica
imprescindível nos rituais, aliás não só ritualisticamente mas para toda sobrevivência da humanida
de como veremos adiante. Mas a grande confusão é herdada, pois os grandes Babalorixás e
Iyalorixás antigos sabiam guardar segredo, passando os fundamentos da religião somente os seus
poucos escolhidos e os que iriam continuar sua obra.nada erra documentado e o método de ensino
era oral e observando na prática, mas temos que ter em mente que este era o costume antigo, e que
este costume contribuiu para 70% para que os ensinamentos não chegasse até nós ou que chegasse
deturpado, pois já tinha passado por gerações e cada um que o obteve colocou seu “toque especial”.
Isso realmente era mal, pois seus herdeiros acabavam por ficar com suas enormes dúvidas a respeito
da religião e desta forma foi-se “empurrando com a barriga”, e quando não sabiam responder certas
coisas para seus filhos mais novos que iam chegando ouvia-se aquela velha frase: - Você não tem
idade suficiente para saber disso! O que era realmente decepcionante.
Mas não podemos culpar só os antigos, pois o acesso a informação antigamente era como todos
sabem precário, e muitas coisas só se foram descobrindo na atualidade, pois sem dúvida as
informações nos dias de hoje nos chega por todos os meios, tão rápido que as vezes não
conseguimos assimilar...
Cap. I – Esù – O Mensageiro dos Deuses
O Capítulo fala como Exú se tornou o mensageiro dos deuses, e vai delineando sobre a origem
cósmica de Exú e sua função como agente macrocósmico e microcósmico, sua força e poder como
agente da força dinâmica e como essa força atua no universo. O capítulo possui ainda ìtans que
endossa o que foi escrito pelo autor.
Cap. II - Exú e Ifá
Este Capítulo explica a função de Exú no Oráculo de Ifá, como Exú trouxe o Oráculo de Ifá aos
homens, vários ìtans sobre o assunto...
Cap. III- Odú Orisá Esù
Este capítulo explica o Odú que rege o Orixá Exú, a regência da personalidade, doenças, profissões,
ebós, etc...,
Cap. IV- Esè Odú
Este capítulo explica os caminhos de Odú, os ìtans e ebós destes caminhos...
Cap. V – Orukó Orisá Esù
Este capítulo explana sobre os nomes do Orixá Exú, suas qualidades, etc...
Cap. VI – Esù Imolè e Esù Eborá
Este capítulo explana sobre estas condições do Orixá Exú
Cap. VII – Miscelânea
Este capítulo é uma coletânea de várias informações sobre o Orixá Exú.
Cap. VIII – Ojubó Orisá Esù
Este capítulo explica como confeccionar vários tipos de assentamentos do Orixá Exú
Cap. IX – Orikís, Adurás, Òfòs e Orins
O título do capítulo já diz sobre o que trata, explica o que é, como usar, etc...
Cap. X – Ágbò Orisá Esù
Este capítulo trata de como preparar e o que é o agbo do Orixá Exú, sua importância, etc...
Cap. XI – Ewé Orisá Esú
Este capítulo é uma mini enciclopédia de várias folhas do Orixá Exú, com seu uso ritualístico e
terapêutico.
Cap. XII – Ònjè fún Orisá Esù
Este capítulo trata das comidas liturgicas do Orisá Esù
Cap. XIII – Exú Ayekurú
Este Capítulo trata sobre os Exus guias de Umbada e Quimbanda sua organização e estrutura
espiritual, como surgiu estes Exús e as diferenças entre eles e o Orixá Exú.
O Livro termina com uma conclusão geral sobre o tema e agradecimentos aos leitores

DISPONÍVEL AQUI
                                           

Casa de Oxumarè - As Cantigas que encantaram Pierre Verger

CASA DE OXUMARE  (Cantigas)

 
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Orin Irunmole - Edvaldo, Lindoia e Argolo

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CONHECIMENTO SOBRE A COZINHA DE SANTO

CONHECIMENTO SOBRE A COZINHA DE SANTO

Foto: CONHECIMENTO SOBRE A COZINHA DE SANTO

          A cozinha de santo nas Nações de Keto, Gêge, Angola, Nagô, Ioruba, Bantos, etc., inclusive no Omolocô quando puxado para uma das outras Nações, é bem diferente das cozinhas profanas, onde se prepara o alimento do homem em geral.

             Há uma série inteira de preceitos do ritual que se há que obedecer. Os utensílios não são iguais aos da cozinha comum. Por essa razão traçaremos um plano de organização, colocando em seqüência as coisas que precisam ser observadas para que tenhamos ORDEM e gozemos das simpatias e estima constante, de todos os ORIXÁS para os quais preparamos os alimentos, as OBRIGAÇÕES. 

            Via de regra, a Cozinha de Santo tem os seguintes petrechos, os seguintes utensílios:
MESA OU BANCA onde se colocam os fogareiros a carvão, se na casa não existe ou não tem FOGÃO DE LENHA. Como medida de precaução e até mesmo de maior higiene a mesa modesta, ou banca, deve ser forrada de folha de Flandres (ou folha de alumínio) que evitará seja a madeira queimada pela quentura dos fogareiros e/ou pelas brasas que escapam pela grelha; ela pode ser um pouco comprida para comportar, ao lado, um grande alguidar ou bacia, onde se procedem a lavagem dos utensílios, panelas e louça. 

                Um FOGAREIRO (ou vários) conforme a necessidade, de ferro, para carvão vegetal. São facilmente encontrados em lojas de ferragens, principalmente nos bairros mais modestos. 
PANELAS DE BARRO, vidradas ou simples, ou então de ferro. Nós preferimos as de barro, como nos tempos passados. 

                AS COLHERES são de pau, de variados tipos. RALOS para coco são de folha. URUPEMA (peneira) é de taquara e a encontramos em casas especializadas, o COADOR deve ser de folha. 

MÁQUINA de moer carne. Atualmente já não se encontra PEDRA DE RALAR, DE MOER (mó) para triturar grãos e por esse motivo só pode ser resolvido com um moinho ou pilão (que já é difícil de encontrar). A escumadeira também é de folha. 

                O FOGAREIRO ou o FOGÃO DE LENHA não se abana para os dois lados, como na feitura de alimentos profanos; abana-se da Direita para a Esquerda, a princípio parece difícil, mas em pouco tempo acha-se o jeito. 

                 Constituída ou organizada a Cozinha, vejamos agora a pessoa ou pessoas que nela vão trabalhar. 

                  As IABÁS ou IABASSÊS, as cozinheiras do Santo, trabalham paramentadas, vestidas no Ritual. Colocam ao pescoço a Guia ou Guias do Orixá cujo alimento está sendo preparado ou as guias de seus Orixás. 

                  Tem-se-se recurso maior, procura-se Ter um depósito ou numa dispensa o material ou ingredientes mais usados para se poder atender rapidamente, ao pedido ou ordem superior, referente a qualquer obrigação. 

                  Nos depósitos da cozinha de Santo, não devem faltar os seguintes artigos ou gêneros mais aplicados na alimentação ou nas obrigações: 

- Azeite de dendê. 
- Azeite de Oliveira (azeite doce) 
- Arroz quebradinho 
- Canjica 
- Canjiquinha de milho vermelho 
- Cebolas 
- Farinha de mandioca, farinha de guerra, farinha de pau. 
- Feijão fradinho, feijão miúdo 
- Feijão branco 
- Feijão vermelho 
- Fubá de milho vermelho 
- Fubá de milho branco 
- Fubá de Arroz 
- Maisena 
- Milho alho - para pipocas 
- Noz moscada 
- Ori 
- Pimenta malagueta 
- Velas 

                Antes de começar o trabalho de cozinhar para o santo, a IABÁ, ou filha de fé, ou filha de santo, acende uma vela ao seu ELEDÁ, próximo ou ao lado do local onde vai executar o dito trabalho e ao lado da vela, um copo d'água. Se o trabalho se alongar e a vela terminar, antes que isso aconteça, acende-se outra sobre o toco que está terminando, uma outra e ao terminar o trabalho, retira-se à vela e o copo d'água de perto do fogão ou fogareiro, colocando-a no PEJI ou em lugar alto para terminar, terminada a vela, despacha-se a água em lugar que haja água corrente, no lavatório, no tanque. 

                Após o serviço, as brasas dos fogareiros são apagadas com areia, nunca com água. 
Organizada a cozinha, poderemos a qualquer momento, preparar a iguarias originariamente destinadas aos Orixás tal qual são realizadas na fonte doutrinária da Umbanda e do Candomblé. 

        A história da alimentação dá-nos uma coleção do que faz mal e uma variada coletânea folclórica. 

Não se come despido ou sem camisa, é ofensa ao Anjo da Guarda 
Comer com chapéu na cabeça é comer acompanhado de forças negativas. 
Não se come com o prato na mão; a miséria fareja. 
Não se come as pontas dos animais ou aves; são Axés (pertencem) ao santo. 
Dinheiro sobre a mesa de refeições provoca miséria. 
Quando cai comida no chão ou escapa do talher e vai ao solo é sinal de que existe parente passando necessidade. 
Não se apanha alimento que cai ao chão. É das almas. 
Recebe-se o prato com a mão direita; é benção do prato cheio (C. Cascudo) 
Pão não se joga fora; é corpo de Deus. 
Donzela não serve sal, não corta galinha, nem passa palitos; custa a casar. 
(C. Cascudo) 

Relativamente à cozinheira, prescrevem: 

Não se mexe alimentos que estão cozinhando, no sentido da mão esquerda, senão desanda ou encrua. 

Não se mexe comida de Exu com a mão direita, para não absorver fluídos negativos. 
Antes de começar a cozinhar para o santo, faz-se o sinal da cruz, tudo correrá bem. 
Não bata com a tampa da panela quando estiver cozinhando, afugenta a proteção. 
Quando a comida não quer amolecer, coloca-se na panela, três caroços de milho, amolece rápido. 

Não deve cozinhar para o santo: os homens de corpo sujo e as mulheres de corpo aberto; Corta o efeito das obrigações. 

Há uma porção de determinações referentes ao ritual de Umbanda e do Candomblé, assim: 
Não se cortam aves ou bichos de quatro pés a não ser nas juntas. O santo recusa. 
Obrigação mal feita ou mal arriada, paga-se em dobro. 

Quando se arreia uma obrigação na encruzilhada, não se volta, nem se passa pelo mesmo caminho durante 24 horas, para não pegar os miasmas de retorno. 
Antes de se sacrificar um animal (quando necessário) nos terreiros, manda-se limpá-lo com o Otí correspondente, sem isso o santo não aceita. 

O Sacrifício de aves e/ou animais só são aplicados em último recurso, pois que atualmente procura-se fazer Imantações com base em Frutos e/ou Pedras preciosas dos diversos Orixás; que será assunto de uma futura pesquisa.

Bibliografia:
COZINHA DE SANTO
João Sebastião das Chagas Varella.
                                                              

                                    COZINHA RITUALISTICA
                                                                                    

 

As Comidas do Santo

VARIEDADES

EXÚ - Farofa - Dendê e Pinga. 
OGUN - Feijão Preto com Cebola ( macundê ). 
OXOSSI - Milho com Mel e Coco. 
OSSAIN - Feijão Preto com Mel e Coco. 
OBALUAIÊ - Pipocas. 
XANGÔ - Quiabo ( Ajobô ). 
OXUMARÊ - Batata Doce ou Amendoim Cozido com Casca e Mel. 
OXUN - Ovos Cozidos, Camarões, Milho e Coco. 
IANSÃ - Acarajés. 
NANÃ - Folha de Mostarda com Arroz. 
OBÁ - Divide com Xangô o Quiabo ( Amalá ). 
EWÁ - Frutas. 
IROCO - Verduras e Cebola. 
IEMANJÁ - Arroz com Mel e Manjar Branco. 
OXALÁ - Arroz Branco - Inhame Pilado e Cozido.

COMIDA PARA EXU

Material Necessário:FarinhaAzeite-de-DendêMel de AbelhaMilho BrancoFigado, Coração e Bofe de BoiCebolaCamarão Seco SocadoUm Oberó

Maneira de Preparar:

Mi-Ami-Mi : É a farofa amarela ( farinha misturada com Azeite-de-Dendê ).

Padê Branco : É a farofa de Mel ( farinha de mandioca misturada com mel de Abelha ).

Acaçá Branco: O acaçá feito de milho branco de canjica, moído e enrolado na folha da bananeira depois de cozido.

Eram: Figado, coração e bofe de boi, cortados em pedaços muídos, misturados com Azeite-de-Dendê, camarão seco socado e cebolas cortadas em rodelas, num oberó.

COMIDA PARA OGUN

Material Necessário:InhameAzeite-de-DendêMel de Abelha

Maneira de Fazer:

Frita-se o inhame na brasa. Depois disso, descansa-se e tempera-se no Azeite-de-Dendê e o mel de abelhas.

ERAN - O Eran de Ogún é feito com miúdos de boi, cortados bem pequenos e cozidos no Azeite-de-Dendê. Depois, eles são passados num refogado de cebola ralada e estão prontos.

EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto. Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogun, ou nas estradas, pedindo a Ogun que adoce os seus caminhos e suas estradas.

COMIDA PARA ODÉ ou OSHÓSSI

Material Necessário: Milho Vermelho, Côco, 1 Oberó

Maneira de Fazer:

Axoxón - É a comida mais comum de Oshóssi - cozinha-se o milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num Oberó e enfeita-se por cima com fatias de côco.

COMIDA DE OMOLU E OBALUAYIÊ

Doburu

Material Necessário:Milho Alho ( para pipoca ) ou milho vermelho Areia da praia

Maneira de Fazer:

Numa panela quente com areia da praia, estourar o milho e está pronto o doburu.

OUTRAS COMIDAS

Material Necessário:Feijão Preto Cebola ½ K de Camarão Seco Azeite-de-dende

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê.

COMIDA PARA OSANYIN

Material Necessário:Batata-doce Cebola Azeite-de-Dendê 1 Oberó

Maneira de Fazer:

Cozinha-se a batata-doce só em água. Depois, descança-se e amassa-se feito purê. Ai, mistura-se num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê, e coloca-se tudo num oberó.

COMIDA PARA OSHUMARÊ

Material Necessário:Feijão Fradinho Milho Vermelho Cebola Azeite-de-Dendê

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separado, cozinha-se o milho vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê.

Nota: Oshumarê e Ewá comem juntos. Oshumarê é a cobra macho e Ewá a cobra, chamados no Jejê de Dan-Bessén ou Azaundô.

Material Necessário: Milho Vermelho Feijão Fradinho Azeite-de-Dendê Camarão Seco 1 Oberó 1 Inhame ( grande ) Ovos Cozidos 1 Côco 1 Litro de Mel

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o milho só em água. Separado, cozinha-se o feijão fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão com Azeite-de-Dendê, cebola ralada e camarão seco socado. Coloca-se o feijão em metade de um oberó e, na outra metade o milho vermelho. Frita-se um inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se um ovos cozidos em rodelas, fatias de côco e coloca-se bastante mel de abelha por cima.

COMIDA PARA OXUN 

OMOLOKUN

Material Necessário: Feijão Fradinho Cebola Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê 08 Ovos Cozidos

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão fradinho só em água. Em seguida, tempera-se num refogado de cebola ralada com camarão seco socado de dendê. Coloca-se em uma tigela e enfeita-se por cima com 8 ovos, descascados.

COMIDA PARA YEMANJÁ 

EJÁ

Material Necessário: Peixe de Qualidade Vermelho Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o peixe em refogado de azeite Doce com camarão seco socado e cebola.

DIBÓ

Material Necessário:Canjica Cozida Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada

Maneira de Fazer:

Cozinha-se a canjica, tempera-se com azeite doce, camarão seco socado e cebola ralada.

COMIDA PARA YASÁN 

ACARAJÉ

Material Necessário:Feijão Fradinho Camarão Seco Socado Cebola Azeite-de-Dendê

Maneira de Fazer:

Coloca-se o feijão fradinho de molho em água, para descansá-lo cru. Depois, moesse o feijão e mistura-se com a cebola ralada, camarão seco socado e deixa-se a massa descansar, coberta por um pano ou uma pedra de carvão no meio. Depois, bate-se bem a massa para dar ponto, e fritam-se bolos tirados com a colher, no Azeite-de-Dendê bem quente.

COMIDA PARA OBÁ 

Material Necessário:Feijão Fradinho Cebola Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê Farinha de Mandioca 01 Oberó

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão em água. Depois, mistura-se num refogado de cebola raladas, camarão seco socado, Azeite-de-Dendê e água. por cima, adiciona-se farinha de mandioca, fazendo um pirão e coloca-se num oberó.

Nota: Conta-se que Obá é a dona do amor e quando se quer solucionar uma questão de amor, oferece-se uma comida desta na beira do lago, com muitas velas e flores.

COMIDA PARA ANAMBURUCU 

DAMBORÔ

Material Necessário: Folha de Taioba ou Mostarda Cebola Ralada Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê

Maneira de Fazer:

Cozinha-se bem a folha de taioba ou mostarda,e em seguida tempera-se num refogado de cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-Dendê.

COMIDA PARA SHANGÔ 

AGEBÔ ou AGEGBÔ

Material Necessário:12 Quiabos1 Litro de Mel Azeite-de-Dendê Água Carne de Peito

Maneira de Fazer:

Cortam-se os quiabos em pedacinhos bem pequenos, depois tempera-se com cebola ralada, camarão seco socado e azeite-de-Dendê. Cozinha-se bastante e depois mistura-se com rabada, ou carne de peito cozidos, cortadas em pedacinhos.

COMIDA PARA OXALÁ 

EBÔ

Material Necessário: Canjica Branca 1 Litro de Mel Algodão Água

Maneira de Fazer:

Cozinha-se a canjica somente em água. Depois de bem cozida, coloca-se numa vasilha branca, coloca-se bastante mel de abelhas e cobre-se com algodão.

ACAÇÁ

Material Necessário:Canjica Branca Folha de Bananeira

Maneira de Fazer:

Moesse o milho de canjica, cozinha-se até dar até dar o ponto de ficar bem durinho e enrole os bolinhos na folha da bananeira.

INHAME ACARÁ 

Cozinha-se o inhame e depois amassa-se feito um purê. Faz-se bolinhos na mão e coloca-se em pratos brancos. Oferece-se a Oxalá.

Nota: Todos os Orixás do Candomblé comem acaçá branco. Em cima da comida do Orixá, antes de oferecer-lhe, deve-se abrir um acaçá branco.

COMIDA DE CABOCLO 

Material Necessário:Alface Farinha de Mandioca Mel de Abelha Azeite de Oliva Carne Crua 01 Travessa de Barro

Maneira de Fazer:

Faz-se uma salada de alface, com uma farofa d'água ou de mel, carne crua e azeite de oliva por cima, coloca-se tudo numa travessa de barro.

OUTRA COMIDAS 

Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha.Ebô ( canjica ) com fumo de rolo desfiado e côco.Mingau de milho vermelho com côco e fumo de rolo.Milho vermelho com côco e fumo de rolo desfiado. Amendoim cozido em água, com mel de abelhas.Vinho branco, moscatel e cachaça.

A cozinha de santo nas Nações de Keto, Gêge, Angola, Nagô, Ioruba, Bantos, etc., inclusive no Omolocô quando puxado para uma das outras Nações, é bem diferente das cozinhas profanas, onde se prepara o alimento do homem em geral.

Há uma série inteira de preceitos do ritual que se há que obedecer. Os utensílios não são iguais aos da cozinha comum. Por essa razão traçaremos um plano de organização, colocando em seqüência as coisas que precisam ser observadas para que tenhamos ORDEM e gozemos das simpatias e estima constante, de todos os ORIXÁS para os quais preparamos os alimentos, as OBRIGAÇÕES.

Via de regra, a Cozinha de Santo tem os seguintes petrechos, os seguintes utensílios:
MESA OU BANCA onde se colocam os fogareiros a carvão, se na casa não existe ou não tem FOGÃO DE LENHA. Como medida de precaução e até mesmo de maior higiene a mesa modesta, ou banca, deve ser forrada de folha de Flandres (ou folha de alumínio) que evitará seja a madeira queimada pela quentura dos fogareiros e/ou pelas brasas que escapam pela grelha; ela pode ser um pouco comprida para comportar, ao lado, um grande alguidar ou bacia, onde se procedem a lavagem dos utensílios, panelas e louça.

Um FOGAREIRO (ou vários) conforme a necessidade, de ferro, para carvão vegetal. São facilmente encontrados em lojas de ferragens, principalmente nos bairros mais modestos.
PANELAS DE BARRO, vidradas ou simples, ou então de ferro. Nós preferimos as de barro, como nos tempos passados.

AS COLHERES são de pau, de variados tipos. RALOS para coco são de folha. URUPEMA (peneira) é de taquara e a encontramos em casas especializadas, o COADOR deve ser de folha.

MÁQUINA de moer carne. Atualmente já não se encontra PEDRA DE RALAR, DE MOER (mó) para triturar grãos e por esse motivo só pode ser resolvido com um moinho ou pilão (que já é difícil de encontrar). A escumadeira também é de folha.

O FOGAREIRO ou o FOGÃO DE LENHA não se abana para os dois lados, como na feitura de alimentos profanos; abana-se da Direita para a Esquerda, a princípio parece difícil, mas em pouco tempo acha-se o jeito.

Constituída ou organizada a Cozinha, vejamos agora a pessoa ou pessoas que nela vão trabalhar.

As IABÁS ou IABASSÊS, as cozinheiras do Santo, trabalham paramentadas, vestidas no Ritual. Colocam ao pescoço a Guia ou Guias do Orixá cujo alimento está sendo preparado ou as guias de seus Orixás.

Tem-se-se recurso maior, procura-se Ter um depósito ou numa dispensa o material ou ingredientes mais usados para se poder atender rapidamente, ao pedido ou ordem superior, referente a qualquer obrigação.

Nos depósitos da cozinha de Santo, não devem faltar os seguintes artigos ou gêneros mais aplicados na alimentação ou nas obrigações:

- Azeite de dendê.
- Azeite de Oliveira (azeite doce)
- Arroz quebradinho
- Canjica
- Canjiquinha de milho vermelho
- Cebolas
- Farinha de mandioca, farinha de guerra, farinha de pau.
- Feijão fradinho, feijão miúdo
- Feijão branco
- Feijão vermelho
- Fubá de milho vermelho
- Fubá de milho branco
- Fubá de Arroz
- Maisena
- Milho alho - para pipocas
- Noz moscada
- Ori
- Pimenta malagueta
- Velas

Antes de começar o trabalho de cozinhar para o santo, a IABÁ, ou filha de fé, ou filha de santo, acende uma vela ao seu ELEDÁ, próximo ou ao lado do local onde vai executar o dito trabalho e ao lado da vela, um copo d'água. Se o trabalho se alongar e a vela terminar, antes que isso aconteça, acende-se outra sobre o toco que está terminando, uma outra e ao terminar o trabalho, retira-se à vela e o copo d'água de perto do fogão ou fogareiro, colocando-a no PEJI ou em lugar alto para terminar, terminada a vela, despacha-se a água em lugar que haja água corrente, no lavatório, no tanque.

Após o serviço, as brasas dos fogareiros são apagadas com areia, nunca com água.
Organizada a cozinha, poderemos a qualquer momento, preparar a iguarias originariamente destinadas aos Orixás tal qual são realizadas na fonte doutrinária da Umbanda e do Candomblé.

A história da alimentação dá-nos uma coleção do que faz mal e uma variada coletânea folclórica.

Não se come despido ou sem camisa, é ofensa ao Anjo da Guarda
Comer com chapéu na cabeça é comer acompanhado de forças negativas.
Não se come com o prato na mão; a miséria fareja.
Não se come as pontas dos animais ou aves; são Axés (pertencem) ao santo.
Dinheiro sobre a mesa de refeições provoca miséria.
Quando cai comida no chão ou escapa do talher e vai ao solo é sinal de que existe parente passando necessidade.
Não se apanha alimento que cai ao chão. É das almas.
Recebe-se o prato com a mão direita; é benção do prato cheio (C. Cascudo)
Pão não se joga fora; é corpo de Deus.
Donzela não serve sal, não corta galinha, nem passa palitos; custa a casar.
(C. Cascudo)

Relativamente à cozinheira, prescrevem:

Não se mexe alimentos que estão cozinhando, no sentido da mão esquerda, senão desanda ou encrua.

Não se mexe comida de Exu com a mão direita, para não absorver fluídos negativos.
Antes de começar a cozinhar para o santo, faz-se o sinal da cruz, tudo correrá bem.
Não bata com a tampa da panela quando estiver cozinhando, afugenta a proteção.
Quando a comida não quer amolecer, coloca-se na panela, três caroços de milho, amolece rápido.

Não deve cozinhar para o santo: os homens de corpo sujo e as mulheres de corpo aberto; Corta o efeito das obrigações.

Há uma porção de determinações referentes ao ritual de Umbanda e do Candomblé, assim:
Não se cortam aves ou bichos de quatro pés a não ser nas juntas. O santo recusa.
Obrigação mal feita ou mal arriada, paga-se em dobro.

Quando se arreia uma obrigação na encruzilhada, não se volta, nem se passa pelo mesmo caminho durante 24 horas, para não pegar os miasmas de retorno.
Antes de se sacrificar um animal (quando necessário) nos terreiros, manda-se limpá-lo com o Otí correspondente, sem isso o santo não aceita.

O Sacrifício de aves e/ou animais só são aplicados em último recurso, pois que atualmente procura-se fazer Imantações com base em Frutos e/ou Pedras preciosas dos diversos Orixás; que será assunto de uma futura pesquisa.

Bibliografia:
COZINHA DE SANTO
João Sebastião das Chagas Varella.


COZINHA RITUALISTICA




As Comidas do Santo

VARIEDADES

EXÚ - Farofa - Dendê e Pinga.
OGUN - Feijão Preto com Cebola ( macundê ).
OXOSSI - Milho com Mel e Coco.
OSSAIN - Feijão Preto com Mel e Coco.
OBALUAIÊ - Pipocas.
XANGÔ - Quiabo ( Ajobô ).
OXUMARÊ - Batata Doce ou Amendoim Cozido com Casca e Mel.
OXUN - Ovos Cozidos, Camarões, Milho e Coco.
IANSÃ - Acarajés.
NANÃ - Folha de Mostarda com Arroz.
OBÁ - Divide com Xangô o Quiabo ( Amalá ).
EWÁ - Frutas.
IROCO - Verduras e Cebola.
IEMANJÁ - Arroz com Mel e Manjar Branco.
OXALÁ - Arroz Branco - Inhame Pilado e Cozido.

COMIDA PARA EXU

Material Necessário:FarinhaAzeite-de-DendêMel de AbelhaMilho BrancoFigado, Coração e Bofe de BoiCebolaCamarão Seco SocadoUm Oberó

Maneira de Preparar:

Mi-Ami-Mi : É a farofa amarela ( farinha misturada com Azeite-de-Dendê ).

Padê Branco : É a farofa de Mel ( farinha de mandioca misturada com mel de Abelha ).

Acaçá Branco: O acaçá feito de milho branco de canjica, moído e enrolado na folha da bananeira depois de cozido.

Eram: Figado, coração e bofe de boi, cortados em pedaços muídos, misturados com Azeite-de-Dendê, camarão seco socado e cebolas cortadas em rodelas, num oberó.

COMIDA PARA OGUN

Material Necessário:InhameAzeite-de-DendêMel de Abelha

Maneira de Fazer:

Frita-se o inhame na brasa. Depois disso, descansa-se e tempera-se no Azeite-de-Dendê e o mel de abelhas.

ERAN - O Eran de Ogún é feito com miúdos de boi, cortados bem pequenos e cozidos no Azeite-de-Dendê. Depois, eles são passados num refogado de cebola ralada e estão prontos.

EFUN - Farofa de mel - mistura-se a farinha de mandioca com mel de abelhas e pronto. Pode-se colocar num Oberó, nos pés de Ogun, ou nas estradas, pedindo a Ogun que adoce os seus caminhos e suas estradas.

COMIDA PARA ODÉ ou OSHÓSSI

Material Necessário: Milho Vermelho, Côco, 1 Oberó

Maneira de Fazer:

Axoxón - É a comida mais comum de Oshóssi - cozinha-se o milho vermelho somente em água, depois deixa-se esfriar, coloca-se num Oberó e enfeita-se por cima com fatias de côco.

COMIDA DE OMOLU E OBALUAYIÊ

Doburu

Material Necessário:Milho Alho ( para pipoca ) ou milho vermelho Areia da praia

Maneira de Fazer:

Numa panela quente com areia da praia, estourar o milho e está pronto o doburu.

OUTRAS COMIDAS

Material Necessário:Feijão Preto Cebola ½ K de Camarão Seco Azeite-de-dende

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão preto, só em água, e depois refoga-se cebola ralada, camarão seco e Azeite-de-Dendê.

COMIDA PARA OSANYIN

Material Necessário:Batata-doce Cebola Azeite-de-Dendê 1 Oberó

Maneira de Fazer:

Cozinha-se a batata-doce só em água. Depois, descança-se e amassa-se feito purê. Ai, mistura-se num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê, e coloca-se tudo num oberó.

COMIDA PARA OSHUMARÊ

Material Necessário:Feijão Fradinho Milho Vermelho Cebola Azeite-de-Dendê

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão fradinho em água. Separado, cozinha-se o milho vermelho também em água. Depois, juntar o feijão e o milho, num refogado de cebola ralada com Azeite-de-Dendê.

Nota: Oshumarê e Ewá comem juntos. Oshumarê é a cobra macho e Ewá a cobra, chamados no Jejê de Dan-Bessén ou Azaundô.

Material Necessário: Milho Vermelho Feijão Fradinho Azeite-de-Dendê Camarão Seco 1 Oberó 1 Inhame ( grande ) Ovos Cozidos 1 Côco 1 Litro de Mel

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o milho só em água. Separado, cozinha-se o feijão fradinho, também só em água. Refoga-se o feijão com Azeite-de-Dendê, cebola ralada e camarão seco socado. Coloca-se o feijão em metade de um oberó e, na outra metade o milho vermelho. Frita-se um inhame e coloca-se por cima em fatias, em volta, enfeita-se um ovos cozidos em rodelas, fatias de côco e coloca-se bastante mel de abelha por cima.

COMIDA PARA OXUN

OMOLOKUN

Material Necessário: Feijão Fradinho Cebola Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê 08 Ovos Cozidos

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão fradinho só em água. Em seguida, tempera-se num refogado de cebola ralada com camarão seco socado de dendê. Coloca-se em uma tigela e enfeita-se por cima com 8 ovos, descascados.

COMIDA PARA YEMANJÁ

EJÁ

Material Necessário: Peixe de Qualidade Vermelho Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o peixe em refogado de azeite Doce com camarão seco socado e cebola.

DIBÓ

Material Necessário:Canjica Cozida Azeite Doce Camarão Seco Socado Cebola Ralada

Maneira de Fazer:

Cozinha-se a canjica, tempera-se com azeite doce, camarão seco socado e cebola ralada.

COMIDA PARA YASÁN

ACARAJÉ

Material Necessário:Feijão Fradinho Camarão Seco Socado Cebola Azeite-de-Dendê

Maneira de Fazer:

Coloca-se o feijão fradinho de molho em água, para descansá-lo cru. Depois, moesse o feijão e mistura-se com a cebola ralada, camarão seco socado e deixa-se a massa descansar, coberta por um pano ou uma pedra de carvão no meio. Depois, bate-se bem a massa para dar ponto, e fritam-se bolos tirados com a colher, no Azeite-de-Dendê bem quente.

COMIDA PARA OBÁ

Material Necessário:Feijão Fradinho Cebola Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê Farinha de Mandioca 01 Oberó

Maneira de Fazer:

Cozinha-se o feijão em água. Depois, mistura-se num refogado de cebola raladas, camarão seco socado, Azeite-de-Dendê e água. por cima, adiciona-se farinha de mandioca, fazendo um pirão e coloca-se num oberó.

Nota: Conta-se que Obá é a dona do amor e quando se quer solucionar uma questão de amor, oferece-se uma comida desta na beira do lago, com muitas velas e flores.

COMIDA PARA ANAMBURUCU

DAMBORÔ

Material Necessário: Folha de Taioba ou Mostarda Cebola Ralada Camarão Seco Socado Azeite-de-Dendê

Maneira de Fazer:

Cozinha-se bem a folha de taioba ou mostarda,e em seguida tempera-se num refogado de cebola ralada, camarão seco socado e Azeite-de-Dendê.

COMIDA PARA SHANGÔ

AGEBÔ ou AGEGBÔ

Material Necessário:12 Quiabos1 Litro de Mel Azeite-de-Dendê Água Carne de Peito

Maneira de Fazer:

Cortam-se os quiabos em pedacinhos bem pequenos, depois tempera-se com cebola ralada, camarão seco socado e azeite-de-Dendê. Cozinha-se bastante e depois mistura-se com rabada, ou carne de peito cozidos, cortadas em pedacinhos.

COMIDA PARA OXALÁ

EBÔ

Material Necessário: Canjica Branca 1 Litro de Mel Algodão Água

Maneira de Fazer:

Cozinha-se a canjica somente em água. Depois de bem cozida, coloca-se numa vasilha branca, coloca-se bastante mel de abelhas e cobre-se com algodão.

ACAÇÁ

Material Necessário:Canjica Branca Folha de Bananeira

Maneira de Fazer:

Moesse o milho de canjica, cozinha-se até dar até dar o ponto de ficar bem durinho e enrole os bolinhos na folha da bananeira.

INHAME ACARÁ

Cozinha-se o inhame e depois amassa-se feito um purê. Faz-se bolinhos na mão e coloca-se em pratos brancos. Oferece-se a Oxalá.

Nota: Todos os Orixás do Candomblé comem acaçá branco. Em cima da comida do Orixá, antes de oferecer-lhe, deve-se abrir um acaçá branco.

COMIDA DE CABOCLO

Material Necessário:Alface Farinha de Mandioca Mel de Abelha Azeite de Oliva Carne Crua 01 Travessa de Barro

Maneira de Fazer:

Faz-se uma salada de alface, com uma farofa d'água ou de mel, carne crua e azeite de oliva por cima, coloca-se tudo numa travessa de barro.

OUTRA COMIDAS

Abóbora moranga, assada na brasa, com mel de abelha.Aipim ou mandioca, assado na brasa, com mel de abelha.Ebô ( canjica ) com fumo de rolo desfiado e côco.Mingau de milho vermelho com côco e fumo de rolo.Milho vermelho com côco e fumo de rolo desfiado. Amendoim cozido em água, com mel de abelhas.Vinho branco, moscatel e cachaça.

O QUE É UM EBÓ?


O QUE É UM EBÓ?


Ebó é um termo africano, do yorubá, que tem várias acepções nos cultos africanos no Brasil, mas as acepções todas têm em comum o fato de tratar-se de uma oferenda, dedicada a algum orixá, podendo ou não envolver o sacrifício animal.

Ebó nada mais é do que uma limpeza espiritual, como alguns dizem é uma limpeza da aura, de uma pessoa, de uma casa, de um local de comércio. Transfere-se para os alimentos a energia maléfica que está na pessoa ou no local, com a ajuda de Exú e dos Orixás.

Pode-se fazer ebó para abrir os caminhos para emprego, ebó de saúde, ebó de prosperidade, o que varia é a receita. Existem vários tipos de ebós, mas sempre será feito de acordo com o determinação do jogo de búzios.

No jogo de búzios define-se a qual orixá será oferecido o ebó, sendo que cada um leva seus ingredientes especiais tais como: o pombo de Oxalá, a batata doce de Oxumaré ou a canjica de Oxalá. Há ainda aqueles ebós pra afastar espíritos desencarnados que ainda atrapalham a vida de alguem, o ebó de Egun, e outros para curar traumas e ajudar no esquecimento e superação de experiências ruins, o ebó de susto que é para prevenir problemas no futuro.

Não é em todos eles que ocorre a sangria de animais, pois há os chamados ebós brancos nos quais não é permitido qualquer sacrifício e os animais utilizados, geralmente neste caso os frangos e galos são soltos com vida.

Após o ritual do ebó há uma rígida cartilha a ser seguida para que se tenha resultados, e o sacrifício seja aceito, onde cada ebó traz a sua quizila, ou seja, o resguardo que o obrigacionado deverá seguir a risca para que o ebó funcione tais como exemplo: nao ingerir carne vermelha, nem tão pouco frutas vermelhas ou ácidas[incluindo seus sucos], nao tomar cafe, nao comer miudos, nao andar na rua a altas madrigadas, nao beber, nao fazer sexo, como também beijos e abraços, nao ir a velórios, hospitais, cemitérios ou mesmo a passagem sob arames enfarpados ou escadas, etc.

O ritual é largamente praticado em diversas casas e centros religiosos de candomblé e obtém elogios os resultados obtidos por seus praticantes

Também é importante salientar que sempre ao se fazer um ebó, se faz necessária a presença ou orientação de um zelador(a) para que seja colocado o Axé necessário para cada ato.

Outro fator importante a ser observado é que os ebós sempre são colocados na natureza, que cada dia está mais sacrificada, necessitando de conscientização dos seres humanos, e principalmente dos Babalorixas, a fim de produzirem ebós mais ecológicos. Mais o que seriam os ebós ecologicamente corretos? Seriam aqueles que em seu conteúdo utilizassem apenas elementos perecíveis, que podem ser absorvidos pela natureza, evitando assim o acúmulo de vasilhames de plástico, de vidro e sacos descartáveis infindáveis.

Inclusive, gostaríade deixar aqui algumas sugestões para a realização de Ebós, como por exemplo não jogar garrafas de qualquer maneira em ruas e praças, poluindo e danificando nossa natureza que já está tão mal tratada pela comunidade; outro fator importante que ressalto é em relação aos animais utilizados em oferendas, que se faça o uso mínimo possível e, quando utilizados que sejam também colocados embaixo da terra, para que possam ser recuperados pela natureza de uma forma ecologicamente correta, sempre dando preferência para locais distantes do perímetro urbano.

ALGUNS CUIDADOS QUE DEVEMOS TOMAR COM OS EBÓS:



O penúltimo elemento a ser passado é a ave por último as folhas, mas nem todos os elementos se passam na cabeça, por exemplo: pades, bolas de farinha, feijão, milho torrado, bala de revólver, facas, punhais, pregos, velas, moedas, corda, charutos, espada de madeira, panos preto e vermelho.

Após a saída do ebó para a rua, bate-se folhas na casa, joga-se omim eró até a porta da rua, depois defuma-se tudo dos fundos para a frente (saída).

Em caso ebó de saúde, quando houver bicho, após passar a ave, manda-se que se cuspa 3 vezes dentro do bico da ave, para depois soltá-la em cima do ebó, ainda viva.

Quem for passar o ebó deverá sempre estar munido do fio de contas do seu santo e com a cabeça devidamente coberta.

Antes que o ebó se inicie devemos sempre buscar conferi lo com a listagem do Babalorixas, a fim de evitarmos parar o ebó por falta de algum elemento. Ebós nunca devem ser interrompidos, corta se o que esta sendo pedido.

Sempre que for mexer com o odun Oxê devemos por acaçás pirâmides brancos dentro de casa.

Sempre que for por moedas nos ebó do odun Obará devemos ter o cuidado de por a face da moeda para baixo e o seu valor para cima.

Devemos sempre por moedas correntes atuais evitando as moedas antigas, salvo quando o ebó pedir esse elemento.

Sempre manter a quartinha com água na porta de entrada do barracão a fim de despachar a porta na volta.

Acaçás feitos com creme de arroz são acaçás destinados a egum. Já os acaçás de farinha de acaçá são destinados aos orixás antigos.

Todo ebó deve sempre ser feito com o consulente de frente para a rua.

É sempre aconselhável termos como ajudantes pessoas, de Exú, Oyá, Ogum e Omolú para a realização de ebós.

Nos ebós Ikú e em alguns ebós de Exú, ao passarmos o bicho no obrigacionado, devemos imediatamente sacrifica lo afim de que a energia vá de encontro aquele bicho, e em seguida tomarmos os procedimentos necessários, para a mais rápida retirada do ebó de dentro do barracão.

A pessoa que for levar o ebó deverá ir por um caminho e retornar ao barracão por outro caminho e avisar o obrigacionado para não passar pelo local do carrego, no mínimo por 07 dias.

Nos Odù que correspondem a Oxalá, nunca utilizar dendê, e, sim óleo de algodão, arroz e milho.