Blog do Oríosè: Culto a Guelede, Ìyá Mi Osorongà, ajé xaluga, opaoca, Yamin, oxoronga, o passaro sagrado as mães ancestrais, Oferenda para ominxoronga

Culto a Guelede, Ìyá Mi Osorongà, ajé xaluga, opaoca, Yamin, oxoronga, o passaro sagrado as mães ancestrais, Oferenda para ominxoronga

 

Publicado em 26 26America/Bahia janeiro 26America/Bahia 2008 por toluaye

Significa todo um processo de equilíbrio e de harmonia. Para se entender bem tal relação, se faz necessário situar as mulheres do ritual G È L È D È , que representam o culto às ÌYÁMÌ, as grandes mães ancestrais, encabeçadas por:Nàná ,Y e m o ja Odùa, Òsun Ijimu, Òsun Ìyánlá,Yewa e O ya. ODÙA simboliza a grande representante do princípio feminino, sendo o elemento responsável por todo o poder criador, do poder das mulheres, liderando o movimento das ÌYÁMÌ, grandes mães ancestrais, que tudo criaram, transformaram e transmutaram desde o princípio dos princípios da formação do universo.

A sociedade G È L È D È S, que já existiu no Brasil, é um ritual de mulheres que vestem panos coloridos – diferentes panos mostrando diferentes procedências. São as diferentes raízes que as pessoas podem ter na maternidade. A máscara È F É -G È L È D È que cobre a cabeça da mulher vai representar o mistério, o maravilhoso, na cultura negra. O uso da máscara significa o símbolo de outro espaço, um espaço vivo, um espaço invisível que não se conhece, mas sente-se!
No Brasil esta sociedade existiu, sua ultima sacerdotisa suprema foi Omó níké Ìyálóde-Erelú que tinha o nome católico Maria Julia Figueiredo, uma das Ìyálàse do Ilè Ìyá-Nàsó , com sua morte cessaram-se as festividades , que eram realizadas no bairro da Boa Viagem. O propósito da sociedade G È L È D È é propiciar os poderes míticos das mulheres, cuja a boa vontade deve ser cultivada porque é essencial a continuidade da vida para esta sociedade.
Sem o poder feminino, sem o princípio de criação não brotam plantas, os animais não se reproduzem, a humanidade não tem continuidade. Assim, o princípio feminino é o princípio da criação e preservação do mundo: sem a mulher não existe vida, sendo, segundo os mitos, ser reverenciada e respeitada pelos orixás e pelos homens.

As G È L È D È e suas máscaras se tornam uma metáfora, sendo uma linguagem para a mãe natureza. O G È L È é um símbolo das G È L È D È porque personifica o útero, pois ele carrega as crianças e as protege. Através das Ìyámì (mães ancestrais) a arte das máscaras é usada para aglutinar as pessoas que se relacionam como filhos de uma mesma mãe, fazendo com que o espírito se manifeste através desta máscara, seguindo e alimentando o espírito humano. Representam o não uso da violência para resolver questões. Nas culturas negras a mulher está presente em todos os lugares.

As máscaras tem grande importância na vida religiosa, social e política da comunidade, mostrando as diferentes categorias de mulher:
- mulher secreta – ligada ao divino, serve como passagem e receptáculo do sagrado no mundo dos vivos, por gerar frutos.
-mulher símbolo político – não usa violência para resolver as questões, aglutinando as pessoas, vivendo o cotidiano.
- mulher sagrada – símbolo de todos os tempos, pois está virada para o futuro, sempre vulnerável e frágil, mas é aquela que abre o céu ( Ò run) e deixa lugar para a mudança, o futuro, e para a transformação.

A sexualidade da mulher negra faz parte da sua essência de princípio feminino, sendo muitos os mitos que representam a função e o papel mulher vista como útero fecundado, cabaça que contem e é contida, responsável pela continuidade da espécie e pela sobrevivência da comunidade. Não se encontra pecado nesta sexualidade.

Através das ÌYÁ as comunidades – terreiros se constituam num verdadeiro sistema de alianças. Desde a simples condição de irmão de santo até a mais complexa organização hierárquica, há o estabelecimento de um parentesco comunitário, como uma recriação das linhagens e da família extensiva africana. Os laços de sangue são substituídos pelos de participação na comunidade, de acordo com a antigüidade, as obrigações e a linhagem iniciática. Todos estão unidos por laços de iniciação às divindades cultuadas, aos demais iniciados, às autoridades, aos antepassados e aos ancestrais da comunidade.

Através do rito se tem todo um sentido de manifestação das mulheres do grupo: rodando, dançando, se integrando com o cosmos, mostrando que temos consciência de que somos elementos dinâmicos, de que o movimento da roda – já que as mulheres são os elementos que dançam em círculo – representa o altar da criação, da vida, já que a terra está em movimento, o universo está em movimento e só se conseguirá estar em sintonia com o universo através do movimento.
G È L È D È é originalmente uma forma de sociedade secreta feminina de caráter religioso, existente nas sociedades tradicionais yorubás , que expressam o poder feminino sobre a fertilidade da terra, a procriação e o bem estar da comunidade.

O culto Gèlèdè visa apaziguar e reverenciar as mães ancestrais para assegurar o equilíbrio do mundo. As principais representações do culto também nos fala um itòn de òséyèkú, que obàtálá e odù logbojé são uma única coisa e no culto a Obàtálá, Ò s òrongà é diretamente participante , o próprio it ò n nos fala: “tudo aquilo que o homem vier a conseguir na terra, o será através das mãos das mulheres . esta é uma tradição do culto a Obàtálá, pela relação direta de Y e m o ja Odùa. – ìtòn òsá méjì ( o mito da roupa de Éégún)- quanto ao culto Èfé -Gèlèdè , os homens participam , até nas chamadas “incorporações”- dàpò sòkan – e uma das principais diferenças, estão nas próprias danças rituais, quando “feminina” e lenta e nobre, quando “a masculina” é firme e agressiva, e cabe aos òsò de Òò s ààlà’ esta função.- Seja ako, baká, mundiá, tetedè, okunriu, onilu e “às outras” .

Mas quando se trata da essência da filosofia, na relação Obàtálá (símbolo da ancestralidade masculina) e, Y e m o ja Odùa – (Ò s òròngà – símbolo da ancestralidade feminina) como uma relação perfeita, trazida por Òsé-òyèkú , e também pela relação de ambos com Ikú.
O culto anual de Èfé -Gèlèdè , originário da cidade de Ketu no décimo quarto século, é organizado no começo da estação agricultural exatamente por uma importante questão dentro da cultura Yorùbá – a Fertilidade. Este culto se organiza da seguinte forma- sua parte diurna é exatamente G è l è d è e sua parte noturna é È f é ( o pássaro ). Os dançarinos são homens, contudo representam homens e mulheres em suas representações.
Isto prova que o culto das Gèlèdè não é vetado aos Homens.

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Mascaras de G è l è d è (guelede) utilizado nos cultos a Ìyámí Ò s òròngà (Yamixoronga), Expostas no Ile Ashe Ijinu Ilu Orossi. Trazida do Benin, antigo reino Dahomé em Novembro de 2001.

Quando Odùa viu Éégún andando e falando,
percebeu que foi Obarìsà quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Éégún e a Obarìsà, conformando-se com a vitória dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Éégún, e lhe outorgou o poder: tudo o que Éégún disser acontecerá. Odùa retirou-se para sempre do culto de Egúngún, e partiu para partir o culto G è l è d è . Só e l é iy e , indicara seu poder e marcara a relação entre Egúngún e Ìyámí.
” Gbogbo agbára ti Egúngún si nlò agbára e l é iy e ni.”
(Todo o poder que utilizara Egúngún é o poder do pássaro)

O conjunto homem-mulher dá vida a Egúngún (ancestralidade) mas restringe seu culto aos homens,os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olódúnmarè através dos abusos de Odùa.
Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto de Egúngún.

AS SENHORAS DO PÁSSARO DA NOITE

Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguém as conhece por seus nomes. As Iyami representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e a ambição das Iyami em favor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas.
O poder de Iyami é atribuído às mulheres velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele pode pertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas avós.

Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam infinitamente menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).

Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar seus próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder da feiticeira; é recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos maléficos.

Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da ave. Para combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar pimenta vermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu interdito.
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus pássaros. É este pássaro quem leva os feitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e é silencioso.
“Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os intestinos de alguém, levarão”.
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dá dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e não deixa as grávidas darem à luz.

As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas. Toda Iyami deve levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma Iyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami.
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.

Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muito
virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas.
E só Orunmilá consegue acalmá-la.

Òsun : Grande protetora da gestação, é a Ìyámí-Àkókó, mãe ancestral suprema.
Òsun Ìjimu e Ìyánla:A duas mais velhas Òsun, são as duas ancestrais das mulheres.
Nàná: patrona da lama e dos primórdios da criação do Àiyé, é a O mo Àtìóro oké Ofa.
O ya e Yewa: são todas Ìyá- E l é y e possuidoras da cabaça com pássaro símbolo do poder feminino.
Olórí ìyá-àgbà Àj é E l é y e , chefe supremo de nossas mães ancestrais possuidoras d pássaros.
Ògágun ati Ò gájùlo ninu awon ìyámí òsòròngà. chefe supremo,comandante entre todas as Ìyámí.
Òrúnmìlà: Este foi o único òrìsà que quando as ìyámí estavam zangadas conseguiu apaziguar sua fúria e desta forma salvou o àiyé e restabeleceu a Harmonia,entre os Homens e Mulheres.

Toda mulher é uma Ajé, porque as Ìyámí controlam o sangue menstrual elas representamos poderes místicos das mulheres no seu aspecto mais perigoso. São as Avós,as mães em cólera que em sua boa vontade a
própria vida na terra não teria continuidade

Ìtàn do Odù Òsá Méjì

* Odùa TORNA-SE Ìyámí *

Nos primórdios da criação,Olódùmarè, o Ser Supremo que vive no Òrun, mandou vir ao àiyé (universo conhecido) três divindades:Ògún (senhor do ferro),O barì s à (senhor da criação dos homens) (2 -Um dos òrìsà funfun, sto é,òrì s à que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas) e Odùa(Y e m o ja), a única mulher entre eles.Todos eles tinham poderes,menos ela, que se queixou então a Olódúnmarè.

Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça ( ìgbá eléye ) e ela se tornou então, através do poder emanado de Olódùmarè, Iyá Won, nossa mãe para eternidade (também chamada de Ìyámí Òsòròngà, minha mãe Òshòròngà)
Mas Olódùmarè a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela sob pena de ele mesmo repreendê-la.

” Olódùmarè diz qual é o seu poder?
Ele diz: você será chamada para sempre de Mãe de todos.
Ele diz:você dará continuidade.
Olódùmarè lhe entrega o poder.
Ele entrega o poder de e l é iy e para ela.
Ela recebe,o pássaro de Olódùmarè.
Ela,recebe,então,o poder que utilizara com ele.
Ele diz:utilize com calma o poder que eu te dei a você.
Se você utilizar com violência,ele o retomara.
Porque aquela que recebeu o poder se chamar Odù.
O homem não poderá fazer nada sozinho na
ausência da mulher”
“Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun obirin l’à se”
(Desde aquela época,Olódùmarè outorgou axé as mulheres)
Elas exerciam todas as atividades secretas:
“O mú Éégún jáde
O mú Orò jáde
Gbogbo nkan,kò si ohun ti ki se nigba náà”
(Ela conduz Egun
Ela conduz Orò
todas as coisas,não ha nada que ela não faça nesse tempo)

Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarìsà foi até Òrúnmìlà fazer o jogo de Ifá,e ele o ensinou como conquistar
apaziguar e vencer Odùa,através de sacrifícios,oferendas( e b o com ìgbín e pas ò n Haste de Àtòrì) e astúcia.
Ele lhe oferta e ela negligentemente, aceita,a carne dos ìgbín.

“Odù náà gba omi ìgbín,o mu ú
Nigbati Odù mu omi ìgbín tán ,inú Odù nr ò di e di e “
(Odù recebe a água de caracol para beber,
quando odù bebeu,o ventre de Odù se
apaziguou)
Obarìsà e Odùa foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e,após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que cultuava Éégún.Mostrou-lhe a roupa de Éégún, o qual no tinha corpo,rosto nem tampouco falava.Juntos eles cultuaram Éégún.
Aproveitando um dia quando Odùa saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egúngún.Com um bastão na mão (opa), Obarìsà foi à cidade (o fato de Éégún carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas.

Na dança feminina Gèlèdè é poderosa e contida, entretanto, na dança masculina é violenta e agressiva.Os nomes citados são os próprios nomes das 9 principais G è l è d è em sua ordem de entrada na praça do mercado, pois este culto , e na verdade todos de acordo com a direção da cabaça de Odù que vai ser desperta( òséyèkú) deveriam ser feitos ao livre como nos ensina o antigo culto à Olòrun. Akò, Baká, Mundiá, Tetedè, Okunriu, Onilu, Isa-orò, Alopajanja-eledè e Woogbáwoobaarsan )
Sendo assim, é exatamente no conhecimento deste culto que podemos perceber que os homens principalmente os “òsò” participam de toda uma enorme variedade de fundamentos do culto na sociedade Òsòròngà, pois se assim não o fosse, como explicar o tabu de que as mulheres não podem olhar Odù ( ìtòn irètégbè ), como entender que são os Bàbáláwo – filhos de Òrúnmílá que entregam as cabaças com os pássaros as mulheres iniciadas no culto à Ò s òròngà ( itòn irèté méjì )

“ È f é “são as máscaras rituais que simbolizam o espírito das ancestrais femininas e os diferentes aspectos de seu poder sobre a terrasimbolizados pelos pássaros.
As orixás femininas cultuadas nos candomblés brasileiros representam aspectos socializados deste poder conforme a visão de mundo negro africana segundo a qual homens e mulheres se equivalem e controlamdeterminadas forças da natureza Porém a continuidade da vida sobre a terra, atributo eminentemente feminino nesta tradição é reverenciado de modo especial.
Por isso O barìsà o grande ancestral masculino canta:

“E kúnl è o, e Kúnl è f’obinrin o
E obinrin l’ó bí wa, k’àwa tó d’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnl è f’obinrin
E obinrin l’o bí wa o, k’àwa tó d’enia”
(Ajoelhem-se para as mulheres.A mulher nos colocou no mundo,nós somos seres humanos
A mulher é a inteligência da terra. A mulher nos colocou no mundo,nós somos seres humanos).

ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ
O f ó ( Encantamento)
Mo júbà ènyin ÌYÁMÍ ÒSÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe OXORONGA!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò (Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga)

Vós que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do sangue do fígado.
Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga
Vós que seguíeis os rastros sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos,e ele sobrevive, sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos e ele sobrevive,ó mãe muito velha)

Ìyámì Òsòròngá não é um orixá, mas sim uma energia ancestral coletiva feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina fechada da Ìyámì Eléeye (minha mãe senhora dos pássaros), representada pela máscara dos pássaros. A sociedade Ò s òròngá congrega as àjé–feiticeiras que têm poderes de se
transformarem em determindos pássaros è hurù, e luùlú, àtióro, àgbìgbò e òsòròngà , este ultimo refere-se ao próprio som que a ave emite e da nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos horários mais críticos – meio-dia e meia-noite – ocasiões em que é preciso muita cautela para que elas não pousem na cabeça de ninguém.

Suas cerimônias são realizadas no início da
estação do plantio relacionado à fertilidade.
Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se em duas partes a diurna e anoturna. Segundo nos conta um ìtàn do Odù Ogbé Ò sá , diz que quando as Ìyámìs chegaram do Ò run pousaram em sete árvores.
Segundo um Ìt ò n as 7 ávores das Ìyámìs seriam:
Orobo – Garcinea Cola
Àjànrèré – Ficus Elegans
Iroko – Chlorophora Excelsis
Orò – Antiaris Africana
Ogun Bereké – Delonex Régia
Arere – Triplochiton Nigericum
Igi ope – Elaeis Guineensis

Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose – Adansanonia Digitalia
Iroko – Chlorophora Excelsis
Ìyá – Daniellia Olivieri
Asunrin – Erythrophelum Guineense
Obobo – Não identificada
Iwó – Não identificada
Arere – Triplochiton Nigericum

A contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença masculina no culto a ìyámí.
São detentoras de poderes terríveis,consideradas as donas da barriga(por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém pode com seus E b o,dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal.São ligadas diretamente ao ODU ÒYEKU MEJI, são
propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa. Seus poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las,vence-las jamais.Relacionam-se com as ìyámìs Òs un Ijumu e Òs un Ìyánlá a quem estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem como a Y e m o ja Odúa, considerada fundadora do culto G È L È D È.

Deve-se lembrar portanto, que “òsò” é um título de quem trás o Égan (símbolo de È s ù o qual foi dado através das mãos de Ò s òròngà( it ò n ò s éòtúrá )e mesmo assim se foi iniciado no tradicional culto de `Obàtálá /Y e m o ja Odùa e ainda tiver profunda relação com Ikú,através de algumas se suas principais ònifás,como Òyèkú méjì,Òbàrà méjì,Òtúrúpòn méjì e algumas outras poucas.O sangue( è j è )não é de nenhum Òrì s à a não ser de Ò s òròngà como vemos no Oriki ( èjè óyè níkálè o – o sangue fresco que recolhe na terra cobre-se de fungos )

Afirma a tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do fígado e do coração, isto se deve por os chamados À se das oferendas são de Ò s òròngà! estes orgãos se classificam em comportamentos Ofú (aqueles que produzem a fazem circular a energia no corpo) estômago, bexiga, vesícula biliar,intestino grosso e o intestino delgado,como também em comportamentos Osa (coração,pulmões,rins, fígado e baço – pâncreas) Estes detalhes são importantíssimos no culto à Òsòrongà e principalmente no culto È f é -Gè lèdè ainda mais se falamos do sacrifício de elédé (porco )

Relacionam -se com Òsòròngà:
Èsù : somente com sua ajuda é que conseguimos a comunicação com as Ìyámí, além de ser a prova viva do poder das Ìyámís.
Ògún: o senhor da cabaça de èédú (carvão) – onà iwó oòrùn (caminho do oeste) é bem mais íntimo de Òsòròngà, se não fosse ele o senhor do sagrado ato da oferenda de animais, juntamente com Èsù e Òsòròngà .
Yemoja Odùa* Yemòwo) Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- eye (cabaça dos pássaros) é a Ìyá’nlá seu nome é modificação da palavra Odù Logboje, a mulher primordial, também denominada Eleyinjú Egé , a dona dos olhos delicados fazendo parte das divindades geradoras representada pelo Preto, fundadora do culto e sociedade Gèlèdè.

Segundo os mitos da tradição afro-descendente,  já que o mito é o discurso em que se fundamentam todas as justificativas da ordem e da contra-ordem social negra, a luta pela supremacia entre os sexos é constante, simbolizada na ìgbá-dù (cabaça da criação), já que o òrì s à Y e m o ja Odùa, princípio feminino de onde tudo se cria – representação coletiva das Ìyámí ou mães ancestrais, é a metade inferior da cabaça e Obatálá ou Òòsààlà, princípio masculino, a metade superior. A relação Odùa/Obatalá, entendida simbolicamente, não representa uma simples relação de acasalamento do princípio feminino com o masculino.
Há um princípio de completude do outro, de que a vida se constrói de mãos dadas e de que cada um de nós à medida em que estabelece esta relação, estabelece um elo mais completo com as coisas que estão à volta.

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