Blog do Oríosè: outubro 2011

Culto a Guelede, Ìyá Mi Osorongà, ajé xaluga, opaoca, Yamin, oxoronga, o passaro sagrado as mães ancestrais, Oferenda para ominxoronga

 

Publicado em 26 26America/Bahia janeiro 26America/Bahia 2008 por toluaye

Significa todo um processo de equilíbrio e de harmonia. Para se entender bem tal relação, se faz necessário situar as mulheres do ritual G È L È D È , que representam o culto às ÌYÁMÌ, as grandes mães ancestrais, encabeçadas por:Nàná ,Y e m o ja Odùa, Òsun Ijimu, Òsun Ìyánlá,Yewa e O ya. ODÙA simboliza a grande representante do princípio feminino, sendo o elemento responsável por todo o poder criador, do poder das mulheres, liderando o movimento das ÌYÁMÌ, grandes mães ancestrais, que tudo criaram, transformaram e transmutaram desde o princípio dos princípios da formação do universo.

A sociedade G È L È D È S, que já existiu no Brasil, é um ritual de mulheres que vestem panos coloridos – diferentes panos mostrando diferentes procedências. São as diferentes raízes que as pessoas podem ter na maternidade. A máscara È F É -G È L È D È que cobre a cabeça da mulher vai representar o mistério, o maravilhoso, na cultura negra. O uso da máscara significa o símbolo de outro espaço, um espaço vivo, um espaço invisível que não se conhece, mas sente-se!
No Brasil esta sociedade existiu, sua ultima sacerdotisa suprema foi Omó níké Ìyálóde-Erelú que tinha o nome católico Maria Julia Figueiredo, uma das Ìyálàse do Ilè Ìyá-Nàsó , com sua morte cessaram-se as festividades , que eram realizadas no bairro da Boa Viagem. O propósito da sociedade G È L È D È é propiciar os poderes míticos das mulheres, cuja a boa vontade deve ser cultivada porque é essencial a continuidade da vida para esta sociedade.
Sem o poder feminino, sem o princípio de criação não brotam plantas, os animais não se reproduzem, a humanidade não tem continuidade. Assim, o princípio feminino é o princípio da criação e preservação do mundo: sem a mulher não existe vida, sendo, segundo os mitos, ser reverenciada e respeitada pelos orixás e pelos homens.

As G È L È D È e suas máscaras se tornam uma metáfora, sendo uma linguagem para a mãe natureza. O G È L È é um símbolo das G È L È D È porque personifica o útero, pois ele carrega as crianças e as protege. Através das Ìyámì (mães ancestrais) a arte das máscaras é usada para aglutinar as pessoas que se relacionam como filhos de uma mesma mãe, fazendo com que o espírito se manifeste através desta máscara, seguindo e alimentando o espírito humano. Representam o não uso da violência para resolver questões. Nas culturas negras a mulher está presente em todos os lugares.

As máscaras tem grande importância na vida religiosa, social e política da comunidade, mostrando as diferentes categorias de mulher:
- mulher secreta – ligada ao divino, serve como passagem e receptáculo do sagrado no mundo dos vivos, por gerar frutos.
-mulher símbolo político – não usa violência para resolver as questões, aglutinando as pessoas, vivendo o cotidiano.
- mulher sagrada – símbolo de todos os tempos, pois está virada para o futuro, sempre vulnerável e frágil, mas é aquela que abre o céu ( Ò run) e deixa lugar para a mudança, o futuro, e para a transformação.

A sexualidade da mulher negra faz parte da sua essência de princípio feminino, sendo muitos os mitos que representam a função e o papel mulher vista como útero fecundado, cabaça que contem e é contida, responsável pela continuidade da espécie e pela sobrevivência da comunidade. Não se encontra pecado nesta sexualidade.

Através das ÌYÁ as comunidades – terreiros se constituam num verdadeiro sistema de alianças. Desde a simples condição de irmão de santo até a mais complexa organização hierárquica, há o estabelecimento de um parentesco comunitário, como uma recriação das linhagens e da família extensiva africana. Os laços de sangue são substituídos pelos de participação na comunidade, de acordo com a antigüidade, as obrigações e a linhagem iniciática. Todos estão unidos por laços de iniciação às divindades cultuadas, aos demais iniciados, às autoridades, aos antepassados e aos ancestrais da comunidade.

Através do rito se tem todo um sentido de manifestação das mulheres do grupo: rodando, dançando, se integrando com o cosmos, mostrando que temos consciência de que somos elementos dinâmicos, de que o movimento da roda – já que as mulheres são os elementos que dançam em círculo – representa o altar da criação, da vida, já que a terra está em movimento, o universo está em movimento e só se conseguirá estar em sintonia com o universo através do movimento.
G È L È D È é originalmente uma forma de sociedade secreta feminina de caráter religioso, existente nas sociedades tradicionais yorubás , que expressam o poder feminino sobre a fertilidade da terra, a procriação e o bem estar da comunidade.

O culto Gèlèdè visa apaziguar e reverenciar as mães ancestrais para assegurar o equilíbrio do mundo. As principais representações do culto também nos fala um itòn de òséyèkú, que obàtálá e odù logbojé são uma única coisa e no culto a Obàtálá, Ò s òrongà é diretamente participante , o próprio it ò n nos fala: “tudo aquilo que o homem vier a conseguir na terra, o será através das mãos das mulheres . esta é uma tradição do culto a Obàtálá, pela relação direta de Y e m o ja Odùa. – ìtòn òsá méjì ( o mito da roupa de Éégún)- quanto ao culto Èfé -Gèlèdè , os homens participam , até nas chamadas “incorporações”- dàpò sòkan – e uma das principais diferenças, estão nas próprias danças rituais, quando “feminina” e lenta e nobre, quando “a masculina” é firme e agressiva, e cabe aos òsò de Òò s ààlà’ esta função.- Seja ako, baká, mundiá, tetedè, okunriu, onilu e “às outras” .

Mas quando se trata da essência da filosofia, na relação Obàtálá (símbolo da ancestralidade masculina) e, Y e m o ja Odùa – (Ò s òròngà – símbolo da ancestralidade feminina) como uma relação perfeita, trazida por Òsé-òyèkú , e também pela relação de ambos com Ikú.
O culto anual de Èfé -Gèlèdè , originário da cidade de Ketu no décimo quarto século, é organizado no começo da estação agricultural exatamente por uma importante questão dentro da cultura Yorùbá – a Fertilidade. Este culto se organiza da seguinte forma- sua parte diurna é exatamente G è l è d è e sua parte noturna é È f é ( o pássaro ). Os dançarinos são homens, contudo representam homens e mulheres em suas representações.
Isto prova que o culto das Gèlèdè não é vetado aos Homens.

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Mascaras de G è l è d è (guelede) utilizado nos cultos a Ìyámí Ò s òròngà (Yamixoronga), Expostas no Ile Ashe Ijinu Ilu Orossi. Trazida do Benin, antigo reino Dahomé em Novembro de 2001.

Quando Odùa viu Éégún andando e falando,
percebeu que foi Obarìsà quem tornou isto possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Éégún e a Obarìsà, conformando-se com a vitória dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Éégún, e lhe outorgou o poder: tudo o que Éégún disser acontecerá. Odùa retirou-se para sempre do culto de Egúngún, e partiu para partir o culto G è l è d è . Só e l é iy e , indicara seu poder e marcara a relação entre Egúngún e Ìyámí.
” Gbogbo agbára ti Egúngún si nlò agbára e l é iy e ni.”
(Todo o poder que utilizara Egúngún é o poder do pássaro)

O conjunto homem-mulher dá vida a Egúngún (ancestralidade) mas restringe seu culto aos homens,os quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olódúnmarè através dos abusos de Odùa.
Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente e somente os homens têm direito à individualidade, através do culto de Egúngún.

AS SENHORAS DO PÁSSARO DA NOITE

Iyami Oshorongá é o termo que designa as terríveis ajés, feiticeiras africanas, uma vez que ninguém as conhece por seus nomes. As Iyami representam o aspecto sombrio das coisas: a inveja, o ciúme, o poder pelo poder, a ambição, a fome, o caos o descontrole. No entanto, elas são capazes de realizar grandes feitos quando devidamente agradadas. Pode-se usar os ciúmes e a ambição das Iyami em favor próprio, embora não seja recomendável lidar com elas.
O poder de Iyami é atribuído às mulheres velhas, mas pensa-se que, em certos casos, ele pode pertencer igualmente a moças muito jovens, que o recebem como herança de sua mãe ou uma de suas avós.

Uma mulher de qualquer idade poderia também adquiri-lo, voluntariamente ou sem que o saiba, depois de um trabalho feito por alguma Iyami empenhada em fazer proselitismo.
Existem também feiticeiros entre os homens, os oxô, porém seriam infinitamente menos virulentos e cruéis que as ajé (feiticeiras).

Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar seus próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo. Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
Iyami é freqüentemente denominada eleyé, dona do pássaro. O pássaro é o poder da feiticeira; é recebendo-o que ela se torna ajé. É ao mesmo tempo o espírito e o pássaro que vão fazer os trabalhos maléficos.

Durante as expedições do pássaro, o corpo da feiticeira permanece em casa, inerte na cama até o momento do retorno da ave. Para combater uma ajé, bastaria, ao que se diz, esfregar pimenta vermelha no corpo deitado e indefeso. Quando o espírito voltasse não poderia mais ocupar o corpo maculado por seu interdito.
Iyami possui uma cabaça e um pássaro. A coruja é um de seus pássaros. É este pássaro quem leva os feitiços até seus destinos. Ele é pássaro bonito e elegante, pousa suavemente nos tetos das casas, e é silencioso.
“Se ela diz que é pra matar, eles matam, se ela diz pra levar os intestinos de alguém, levarão”.
Ela envia pesadelos, fraqueza nos corpos, doenças, dor de barriga, levam embora os olhos e os pulmões das pessoas, dá dores de cabeça e febre, não deixa que as mulheres engravidem e não deixa as grávidas darem à luz.

As Iyami costumam se reunir e beber juntas o sangue de suas vítimas. Toda Iyami deve levar uma vítima ou o sangue de uma pessoa à reunião das feiticeiras. Mas elas têm seus protegidos, e uma Iyami não pode atacar os protegidos de outra Iyami.
Iyami Oshorongá está sempre encolerizada e sempre pronta a desencadear sua ira contra os seres humanos. Está sempre irritada, seja ou não maltratada, esteja em companhia numerosa ou solitária, quer se fale bem ou mal dela, ou até mesmo que não se fale, deixando-a assim num esquecimento desprovido de glória. Tudo é pretexto para que Iyami se sinta ofendida.

Iyami é muito astuciosa; para justificar sua cólera, ela institui proibições. Não as dá a conhecer voluntariamente, pois assim poderá alegar que os homens as transgridem e poderá punir com rigor, mesmo que as proibições não sejam violadas. Iyami fica ofendida se alguém leva uma vida muito
virtuosa, se alguém é muito feliz nos negócios e junta uma fortuna honesta, se uma pessoa é por demais bela ou agradável, se goza de muito boa saúde, se tem muitos filhos, e se essa pessoa não pensa em acalmar os sentimentos de ciúme dela com oferendas em segredo. É preciso muito cuidado com elas.
E só Orunmilá consegue acalmá-la.

Òsun : Grande protetora da gestação, é a Ìyámí-Àkókó, mãe ancestral suprema.
Òsun Ìjimu e Ìyánla:A duas mais velhas Òsun, são as duas ancestrais das mulheres.
Nàná: patrona da lama e dos primórdios da criação do Àiyé, é a O mo Àtìóro oké Ofa.
O ya e Yewa: são todas Ìyá- E l é y e possuidoras da cabaça com pássaro símbolo do poder feminino.
Olórí ìyá-àgbà Àj é E l é y e , chefe supremo de nossas mães ancestrais possuidoras d pássaros.
Ògágun ati Ò gájùlo ninu awon ìyámí òsòròngà. chefe supremo,comandante entre todas as Ìyámí.
Òrúnmìlà: Este foi o único òrìsà que quando as ìyámí estavam zangadas conseguiu apaziguar sua fúria e desta forma salvou o àiyé e restabeleceu a Harmonia,entre os Homens e Mulheres.

Toda mulher é uma Ajé, porque as Ìyámí controlam o sangue menstrual elas representamos poderes místicos das mulheres no seu aspecto mais perigoso. São as Avós,as mães em cólera que em sua boa vontade a
própria vida na terra não teria continuidade

Ìtàn do Odù Òsá Méjì

* Odùa TORNA-SE Ìyámí *

Nos primórdios da criação,Olódùmarè, o Ser Supremo que vive no Òrun, mandou vir ao àiyé (universo conhecido) três divindades:Ògún (senhor do ferro),O barì s à (senhor da criação dos homens) (2 -Um dos òrìsà funfun, sto é,òrì s à que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas oferendas) e Odùa(Y e m o ja), a única mulher entre eles.Todos eles tinham poderes,menos ela, que se queixou então a Olódúnmarè.

Este lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça ( ìgbá eléye ) e ela se tornou então, através do poder emanado de Olódùmarè, Iyá Won, nossa mãe para eternidade (também chamada de Ìyámí Òsòròngà, minha mãe Òshòròngà)
Mas Olódùmarè a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela sob pena de ele mesmo repreendê-la.

” Olódùmarè diz qual é o seu poder?
Ele diz: você será chamada para sempre de Mãe de todos.
Ele diz:você dará continuidade.
Olódùmarè lhe entrega o poder.
Ele entrega o poder de e l é iy e para ela.
Ela recebe,o pássaro de Olódùmarè.
Ela,recebe,então,o poder que utilizara com ele.
Ele diz:utilize com calma o poder que eu te dei a você.
Se você utilizar com violência,ele o retomara.
Porque aquela que recebeu o poder se chamar Odù.
O homem não poderá fazer nada sozinho na
ausência da mulher”
“Lati ìgbá náà ni Olódùmarè ti fun obirin l’à se”
(Desde aquela época,Olódùmarè outorgou axé as mulheres)
Elas exerciam todas as atividades secretas:
“O mú Éégún jáde
O mú Orò jáde
Gbogbo nkan,kò si ohun ti ki se nigba náà”
(Ela conduz Egun
Ela conduz Orò
todas as coisas,não ha nada que ela não faça nesse tempo)

Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarìsà foi até Òrúnmìlà fazer o jogo de Ifá,e ele o ensinou como conquistar
apaziguar e vencer Odùa,através de sacrifícios,oferendas( e b o com ìgbín e pas ò n Haste de Àtòrì) e astúcia.
Ele lhe oferta e ela negligentemente, aceita,a carne dos ìgbín.

“Odù náà gba omi ìgbín,o mu ú
Nigbati Odù mu omi ìgbín tán ,inú Odù nr ò di e di e “
(Odù recebe a água de caracol para beber,
quando odù bebeu,o ventre de Odù se
apaziguou)
Obarìsà e Odùa foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e,após algum tempo, ela lhe contou os seus, inclusive que cultuava Éégún.Mostrou-lhe a roupa de Éégún, o qual no tinha corpo,rosto nem tampouco falava.Juntos eles cultuaram Éégún.
Aproveitando um dia quando Odùa saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egúngún.Com um bastão na mão (opa), Obarìsà foi à cidade (o fato de Éégún carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas as pessoas.

Na dança feminina Gèlèdè é poderosa e contida, entretanto, na dança masculina é violenta e agressiva.Os nomes citados são os próprios nomes das 9 principais G è l è d è em sua ordem de entrada na praça do mercado, pois este culto , e na verdade todos de acordo com a direção da cabaça de Odù que vai ser desperta( òséyèkú) deveriam ser feitos ao livre como nos ensina o antigo culto à Olòrun. Akò, Baká, Mundiá, Tetedè, Okunriu, Onilu, Isa-orò, Alopajanja-eledè e Woogbáwoobaarsan )
Sendo assim, é exatamente no conhecimento deste culto que podemos perceber que os homens principalmente os “òsò” participam de toda uma enorme variedade de fundamentos do culto na sociedade Òsòròngà, pois se assim não o fosse, como explicar o tabu de que as mulheres não podem olhar Odù ( ìtòn irètégbè ), como entender que são os Bàbáláwo – filhos de Òrúnmílá que entregam as cabaças com os pássaros as mulheres iniciadas no culto à Ò s òròngà ( itòn irèté méjì )

“ È f é “são as máscaras rituais que simbolizam o espírito das ancestrais femininas e os diferentes aspectos de seu poder sobre a terrasimbolizados pelos pássaros.
As orixás femininas cultuadas nos candomblés brasileiros representam aspectos socializados deste poder conforme a visão de mundo negro africana segundo a qual homens e mulheres se equivalem e controlamdeterminadas forças da natureza Porém a continuidade da vida sobre a terra, atributo eminentemente feminino nesta tradição é reverenciado de modo especial.
Por isso O barìsà o grande ancestral masculino canta:

“E kúnl è o, e Kúnl è f’obinrin o
E obinrin l’ó bí wa, k’àwa tó d’enia
Ogbon àiyé t’obinrin ni, e kúnl è f’obinrin
E obinrin l’o bí wa o, k’àwa tó d’enia”
(Ajoelhem-se para as mulheres.A mulher nos colocou no mundo,nós somos seres humanos
A mulher é a inteligência da terra. A mulher nos colocou no mundo,nós somos seres humanos).

ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ
O f ó ( Encantamento)
Mo júbà ènyin ÌYÁMÍ ÒSÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe OXORONGA!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò (Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga)

Vós que seguíeis os rastros do Sangue interior.
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do sangue do fígado.
Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga
Vós que seguíeis os rastros sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do fígado
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos,e ele sobrevive, sobrevive ó mãe muito velha o Sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de fungos e ele sobrevive,ó mãe muito velha)

Ìyámì Òsòròngá não é um orixá, mas sim uma energia ancestral coletiva feminina, cultuada pelas GÈLÈDÈ; sociedade feminina fechada da Ìyámì Eléeye (minha mãe senhora dos pássaros), representada pela máscara dos pássaros. A sociedade Ò s òròngá congrega as àjé–feiticeiras que têm poderes de se
transformarem em determindos pássaros è hurù, e luùlú, àtióro, àgbìgbò e òsòròngà , este ultimo refere-se ao próprio som que a ave emite e da nome a Sociedade. Exercem sua força máxima nos horários mais críticos – meio-dia e meia-noite – ocasiões em que é preciso muita cautela para que elas não pousem na cabeça de ninguém.

Suas cerimônias são realizadas no início da
estação do plantio relacionado à fertilidade.
Estas cerimônias tiveram início na região de Ketú, dividindo-se em duas partes a diurna e anoturna. Segundo nos conta um ìtàn do Odù Ogbé Ò sá , diz que quando as Ìyámìs chegaram do Ò run pousaram em sete árvores.
Segundo um Ìt ò n as 7 ávores das Ìyámìs seriam:
Orobo – Garcinea Cola
Àjànrèré – Ficus Elegans
Iroko – Chlorophora Excelsis
Orò – Antiaris Africana
Ogun Bereké – Delonex Régia
Arere – Triplochiton Nigericum
Igi ope – Elaeis Guineensis

Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação diferente das sete árvores estas seria as árvores sagradas das Mães Ancestrais:
Ose – Adansanonia Digitalia
Iroko – Chlorophora Excelsis
Ìyá – Daniellia Olivieri
Asunrin – Erythrophelum Guineense
Obobo – Não identificada
Iwó – Não identificada
Arere – Triplochiton Nigericum

A contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a presença masculina no culto a ìyámí.
São detentoras de poderes terríveis,consideradas as donas da barriga(por onde circularia a energia vital do corpo) Ninguém pode com seus E b o,dos quais, o Òjijì (sombra) é o mais fatal.São ligadas diretamente ao ODU ÒYEKU MEJI, são
propiciadoras para a alteração do destino de uma pessoa. Seus poderes são tamanhos que só se consegue no máximo apaziguá-las,vence-las jamais.Relacionam-se com as ìyámìs Òs un Ijumu e Òs un Ìyánlá a quem estão ligadas pela ancestralidade feminina, bem como a Y e m o ja Odúa, considerada fundadora do culto G È L È D È.

Deve-se lembrar portanto, que “òsò” é um título de quem trás o Égan (símbolo de È s ù o qual foi dado através das mãos de Ò s òròngà( it ò n ò s éòtúrá )e mesmo assim se foi iniciado no tradicional culto de `Obàtálá /Y e m o ja Odùa e ainda tiver profunda relação com Ikú,através de algumas se suas principais ònifás,como Òyèkú méjì,Òbàrà méjì,Òtúrúpòn méjì e algumas outras poucas.O sangue( è j è )não é de nenhum Òrì s à a não ser de Ò s òròngà como vemos no Oriki ( èjè óyè níkálè o – o sangue fresco que recolhe na terra cobre-se de fungos )

Afirma a tradição que as Ìyámí segue o rastro do sangue do fígado e do coração, isto se deve por os chamados À se das oferendas são de Ò s òròngà! estes orgãos se classificam em comportamentos Ofú (aqueles que produzem a fazem circular a energia no corpo) estômago, bexiga, vesícula biliar,intestino grosso e o intestino delgado,como também em comportamentos Osa (coração,pulmões,rins, fígado e baço – pâncreas) Estes detalhes são importantíssimos no culto à Òsòrongà e principalmente no culto È f é -Gè lèdè ainda mais se falamos do sacrifício de elédé (porco )

Relacionam -se com Òsòròngà:
Èsù : somente com sua ajuda é que conseguimos a comunicação com as Ìyámí, além de ser a prova viva do poder das Ìyámís.
Ògún: o senhor da cabaça de èédú (carvão) – onà iwó oòrùn (caminho do oeste) é bem mais íntimo de Òsòròngà, se não fosse ele o senhor do sagrado ato da oferenda de animais, juntamente com Èsù e Òsòròngà .
Yemoja Odùa* Yemòwo) Grande Ìyá, Senhora do ìgbá- eye (cabaça dos pássaros) é a Ìyá’nlá seu nome é modificação da palavra Odù Logboje, a mulher primordial, também denominada Eleyinjú Egé , a dona dos olhos delicados fazendo parte das divindades geradoras representada pelo Preto, fundadora do culto e sociedade Gèlèdè.

Segundo os mitos da tradição afro-descendente,  já que o mito é o discurso em que se fundamentam todas as justificativas da ordem e da contra-ordem social negra, a luta pela supremacia entre os sexos é constante, simbolizada na ìgbá-dù (cabaça da criação), já que o òrì s à Y e m o ja Odùa, princípio feminino de onde tudo se cria – representação coletiva das Ìyámí ou mães ancestrais, é a metade inferior da cabaça e Obatálá ou Òòsààlà, princípio masculino, a metade superior. A relação Odùa/Obatalá, entendida simbolicamente, não representa uma simples relação de acasalamento do princípio feminino com o masculino.
Há um princípio de completude do outro, de que a vida se constrói de mãos dadas e de que cada um de nós à medida em que estabelece esta relação, estabelece um elo mais completo com as coisas que estão à volta.

Nos bastidores do reino–Mário justino

 

 

                                     

Algumas igrejas fazem questão de ir contra as religioões Afro. Neste livro de um ex-pastor da I.U.R.D , é narrado o que acontece por trás dos bastidores do pulpito das igrejas , em especial aquela que tanto tenta nos difamar. A leitura é recomendada.


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Tambores de Angola - Robson Pinheiro

 

                                               


Av. Paulista, hora do rush. Com a cabeça a rodopiar, Erasmino sente lhe faltar o chão ao sair do trabalho. Aconselhado por "amigos", avança sobre bebidas e mulheres. Insônia e tonteira instaladas, passa a ouvir vozes e grunhidos. É mais um caso de obsessão.
Em busca da cura, visita uma tenda de umbanda, onde o medo e o preconceito o paralisam. Contudo ao entender que umbanda é a lei de caridade, aprende a respeitar pretos-velhos e caboclos.
Convocado pelos próprios espíritos, é no trabalho espírita, porém, que Erasmino encontra usa cura definitiva, já que nunca apreciou defumações, velas e gongás. Será? Conheça a origem histórica e as diferenças entre umbanda e espiritismo, vistas com profundo respeito.

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ORÚKO: a importância do “nome pessoal” para os Yorùbá e sua correspondência no Candomblé

 

ORÚKO: a importância do “nome pessoal” para os Yorùbá e sua correspondência no Candomblé

Por Ulisses Manaia (Bàbá Olúmolà)


(Publicado na revista “Candomblés”, ano de 2007, editora Modus)

“O presente texto pretende mostrar a importância dada pelos Yorùbá tradicionais à escolha do nome pessoal (Orúko) de seus filhos e anunciado no ritual denominado “Ikómojáde”, bem como sua correspondência dentro do Processo Iniciático para Òrìsà ou “Feitura de Santo” no Candomblé de raízes Kétu.”

Segundo maior grupo étnico da Nigéria, dentre os cerca de 250 grupos étnicos existentes, os Yorùbá estão presentes principalmente em estados localizados no sudoeste nigeriano, onde é maioria, e ainda em algumas cidades da República do Benin (antigo Daomé).

A história deste povo tem início antes da era cristã. Eles fizeram parte de um dos grandes Impérios constituídos na região hoje ocupada pela Nigéria: O Império Yorùbá.

Segundo as tradições locais, que mistura dados históricos com mitológicos, o Império Yorùbá tem início com a chegada de “Odùduwà” e seus seguidores, na região onde hoje é a cidade de Ifè, no estado de Òsún; ele teria expulsado os líderes locais e iniciado ali o seu reinado.

Após estabelecer o reino de Ifè, Odùduwà teria enviado seus filhos para a conquista de terras vizinhas, assim, a partir do reino de Ifè outros reinos foram estabelecidos pelos seus descendentes. Esses reinos evoluíram ao longo dos séculos, baseados no comércio e na agricultura.

Do contato com os primeiros europeus, a partir do século XV, resultou a colonização da Nigéria pelos ingleses no final do século XIX, mas mesmo com a administração inglesa, os Yorùbá mantém o seu sistema de governo tradicional, que hoje procura conviver com o governo civil presidencialista.

Atualmente, antigos costumes como a escolha do nome de uma criança, só são mantidos pelos Yorùbá mais tradicionais, no entanto essa prática era comum antes da introdução dos costumes ocidentais.

Para entender a importância da escolha do nome, precisamos ter uma noção da religiosidade Yorùbá e da importância dada à “palavra”, por esse povo de tradição oral que só conhece a escrita a partir do contato com os colonizadores.

Os Yorùbá concebem que a existência transcorre em dois planos: no aiyé, isto é, o universo físico com todos os seres naturais que o habitam, e no òrun, o espaço sobrenatural, um mundo paralelo ao mundo real, habitado pelos espíritos de seus ancestrais.

A religião tradicional Yorùbá consiste no culto à Olóòrun, o “Criador do aiyé e do òrun”, através de “ancestrais divinizados” denominados Òrìsà. Os Yorùbá acreditam que os Òrìsà são uma extensão de Olóòrun, que através deles intervém nos problemas humanos, sendo assim rezando para “Eles”, podem interferir positivamente em suas vidas.

Òrúnmìlá é considerado o precursor e estruturador da “religião” dos Yorùbá. Acreditam que ele introduziu em Ifè a prática da consulta ao “Oráculo de Ifá”, através da qual, pela utilização de alguns “instrumentos”, o Bàbáláwo (Sacerdote de Ifá) verifica o destino de uma pessoa, que é traduzido por signos gráficos denominados “Odù”.

Para os Yorùbá, a palavra conduz um poder de realização, denominado “Àse”, que coloca em movimento e desperta as forças que estão estáticas nas coisas. Cada palavra proferida é única, ela comunica a experiência de uma geração à outra, transmite o Àse dos antepassados à geração do presente.

Sikiru Salami diz que: “A palavra, considerada elemento de origem divina, força fundamental emanada do próprio Ser Supremo, é, ela própria, instrumento de criação. Considerada um dom do pré-existente serve de instrumento à materialização e exteriorização de forças vitais” (Sikiru Salami, 1997, p. 44).

Por ocasião do nascimento dos filhos, a mulher Yorùbá e o recém-nascido permanecem em casa até o dia do Ikómojáde, ritual tradicional durante o qual o nome da criança é anunciado para a família e para a comunidade. O Ikómojáde é uma prática antiga entre os Yorùbá, e tem por objetivos anunciar o nome da criança, dar a ela as boas vindas e felicitar os seus pais.

Tradicionalmente, se a criança era um menino, recebia o nome no nono dia de vida, se era uma menina, no sétimo dia, e se eram gêmeos, no oitavo dia. Nos dias atuais, a escolha tem acontecido no oitavo dia, independente do gênero e número de crianças nascidas.

Antes porém, do Ikómojáde, no terceiro dia após o nascimento, um Bàbáláwo é chamado para realizar o Àkosèjayè, ritual divinatório que objetiva obter dados a respeito do destino do novo membro que está chegando para aquela família e indagar sobre seu futuro. São verificados quais os Odù que direcionam a vida da criança, e como conseqüência quais “Èèwò” (interdições alimentares e de conduta) que a criança deverá obedecer para facilitar seu desenvolvimento material e espiritual.

O nome, que deve ser escolhido previamente ao dia da cerimônia, pode ter a influência das circunstâncias que cercam o nascimento da criança, sendo nesse caso denominado“Orúko Àmútoruwá” (nome trazido ao nascer) ou “Isomolóruko” (ato de escolher o nome do recém nascido, com a observância à cerca do fato). Os orúko àmútoruwá ou isomolóruko indicam circunstâncias da gestação ou do parto, circunstâncias familiares ou da sua comunidade.

Dentre os orúko àmútoruwá os mais importantes são os relacionados a gêmeos: O nome do primeiro nascido será sempre Taiwo (experimentar a vida), e o último sempre Kèhìndé (último a chegar). A criança nascida após a gestação de gêmeos recebe o nome de Idowu. Ige é o nome dado à criança nascida com apresentação dos pés; Dàda, o nome dado á criança nascida com cabelos encaracolados.

São exemplos de nomes determinados por circunstâncias familiares: Bàbátúndé (papai retornou), dado à criança nascida após a morte de um avô e Ìyábo (mamãe retornou), dado à criança nascida após a morte da avó.

Se uma criança nasce durante o Ano Novo ou durante um Festival Anual, recebe o nome de Àbíodún.

Se a criança não traz um nome ao nascer, ou seja, um orúko àmútoruwá, a família terá que decidir pela sua escolha, sendo nesse caso denominado “Orúko Àbíso”.

Há um provérbio yorùbá que diz: “os pais devem sempre olhar para a sua casa, antes de escolher o nome de uma criança”, devendo-se entender a palavra „casa‟, como a „família‟. Os orúko àbiso são escolhidos após um estudo sobre a família, em aspectos como profissão, ancestralidade, òrìsà cultuado, etc.

A grande importância dada ao orúko àbíso é que, segundo o entendimento Yorùbá, ele irá refletir diretamente na vida daquele indivíduo. Esse entendimento está relacionado à importância atribuída à “palavra”, ou seja, à medida que aquele nome é pronunciado estará agindo na vida e no comportamento daquele que o carrega, logo, a escolha do “nome ideal” é uma tarefa muito importante, pois é por este nome que o indivíduo será chamado durante toda a sua vida.

A criança nascida em uma família que cultua o Òrìsà Ògún pode receber um nome que evidencia esse compromisso: Ògúndolá (Ògún traz/trouxe prosperidade) ou Àgbèdédolá ( a forja trouxe prosperidade); se for Sòngó: Sòngódéye (Sòngó trouxe este filho) ou Sòngóbunmi (Sòngó me deu de presente).

Alguns orúko àbíso:

Masculinos Femininos

- Àbíáyomi (nascido para me trazer alegria)

- Dáyo (alegria alcançada)

- Akin (homem valente)

- Àyomidé (minha alegria chegou)

- Àyodélé (alegria vem ao lar)

- Fúnmiláyo (deu-me felicidade)

- Olákúndé (o valoroso chegou)

- Olábunmi (minha honra foi recompensada)

Tradicionalmente o Ikómojáde acontece fora da casa, ao ar livre, de forma que os pés descalços da criança possam tocar à terra pela primeira vez. A cerimônia marcará a primeira vez que a criança e sua mãe saem de casa. Dentre os convidados estão parentes e membros da comunidade, que vêm dar as boas vindas à criança e felicitações aos pais.

A mãe da criança a apresenta à um ancião da família, que realizará o Ikómojáde. O papel que os anciões da família exercem no Ikómojáde tem uma importância simbólica e tradicional: eles acreditam que a criança veio de onde eles se preparam para ir, o òrun, por causa desse laço, o ancião da família deve ser o primeiro a guiar os primeiros passos da criança recém chegada.

No Ikómojáde uma série de elementos são utilizados: epo-pupa (azeite de dendê), oyin (mel), obi e orogbo (noz de cola), atare (pimenta da costa), omi (água), ìrèkè (cana-de-açucar), iyò (sal), òti (bebida destilada), etc.

Cada um desses elementos é encostado na cabeça da criança e em sua boca, enquanto se recita as suas propriedades vitais. Ao apresentar esses elementos à criança, pretende-se que cada um deles forneça a ela um determinado atributo, relacionado ao seu significado simbólico. Assim, o obi é utilizado para protegê-la da doença e da morte prematura; a pimenta da costa favorece a vitória sobre os inimigos e obstáculos ao longo da vida; o sal é voto de longevidade; a cana-de-açúcar e o mel são usados para atrair circunstâncias agradáveis; etc. Depois que cada elemento é oferecido à criança, será oferecido também a todos os presentes.

Depois que a criança recebe a força desses elementos, seu nome lhe é atribuído por meio de uma recitação que pede sucesso, saúde e felicidade. A cerimônia termina com uma grande festa.

A partir da colonização da Nigéria pela Inglaterra, os Yorùbá passam a usar nomes com influência cristã e islâmica. Algumas famílias, no entanto, usam o nome principal de acordo com o modelo ocidental, deixando para o sobrenome o nome tradicional Yòrubá.

No nosso entender, tendo como referência autores como Juana Elbein dos Santos, o “Terreiro de Candomblé” surge no Brasil do século XIX, como uma necessidade de recriar o espaço geográfico Yorùbá, assim como as suas relações familiares, perdidas com o tráfico de escravos. Os laços de parentesco deixam de ser de sangue, para ser simbólicos, no entanto o objetivo é reproduzir a família Yorùbá tradicional.

Dentro desse contexto é que acreditamos que muitos dos gestos e atitudes que reproduzimos hoje em nossas “Casas de Santo”, são as reproduções do dia a dia desse povo.

Não estamos querendo com isso diminuir o valor dos rituais praticados, mais sim simplificá-los e entendê-los dentro de um contexto cultural diferente do nosso.

Assim é que analisamos o Ikómojáde dentro do Processo Iniciático para Òrìsà ou “Feitura de Santo” nos Candomblé de raízes Kétu no Brasil.

A Iniciação para Òrìsà implica numa “morte simbólica” e no “renascimento” para uma nova vida, vida esta consagrada ao òrìsà. Dentro desse processo, a primeira parte é dedicada a uma “gestação simbólica” em que se reproduz a vida no ventre materno. O novo indivíduo “nasce” e como acontece em território yorùbá tem lugar o Àkosèjayè.

O indivíduo nasceu, foi verificado o seu destino (odù) e precisa receber um nome, o qual será anunciado em cerimônia pública, também denominada de Ikómojáde ou “Dia do nome”.

No Brasil, nem sempre o nome é escolhido pelo Bàbálòrìsà ou Ìyálòrìsà, há casos em que o iniciado tem que receber o nome através de “sonho”.

Pelas características dos Orúko encontrados entre os adeptos do Candomblé brasileiro, percebemos que se tratam de Orúko àbíso, e ainda que, na maioria das vezes, fazem referência ao òrìsà individual daquele indivíduo:

“...Um dos aspectos importante que define cada grupo de iniciados é o fato de trazer diante do nome de iniciação um nome genérico comum a todos os que pertencem a um determinado òrìsà: Òrìsàlá – Iwin (Iwin-tólá, Iwin-múìwá, Iwin-solá, Iwin-dùnsí); Obalúaiyé – Iji (Iji-lánà, Iji-bùmi, Iji-dare); Nana – Na (Na-dógiyá, Na-jide); Sangó – Oba (Oba-téru, Oba-bìyì, Oba-tosi)” (Juana Elbein dos Santos, 2002, p. 35).

Diferentemente do que ocorre em território Yorùbá o novo nome não é anunciado por um membro mais velho da comunidade, é o próprio Òrìsà quem o proclama.

Depois de toda essa exposição o que queremos deixar para reflexão é o seguinte: vimos que entre os Yorùbá tradicionais a escolha do nome é de vital importância, pois acreditam que ele irá refletir diretamente no comportamento e na vida daquele indivíduo, por que então em algumas de nossa “Casas de santo” a pronúncia desse novo nome é um tabu? Chegando mesmo em algumas delas a ser omitido até mesmo do filho-de-santo!

Se estivermos reproduzindo a família e a comunidade Yorùbá dispersadas pelo tráfico de escravos no passado, por que não fazer desses costumes uma prática mais natural? Ou habitual?

Postado por Oyadeji

Fonte: oyamesanorun.blogspot.com

Almas e Orixás na Umbanda - Omolubá

 

                                


"Nada do que se mantém oculto deixará de ser revelado; nada do que é secreto deixará de ser conhecido."
Estas palavra do Evangelho retratam o objetivo desta obra: contruir para a divulgação e organização dos principios básicos e dos ritos fundamentais da religião de Umbanda.
Nela, encontram-se informações sobre as Almas Trabalhadoras, sobre o culto aos Orixás e sobre os ritos de iniciação de devotos e sacerdotes.

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Tem dendê tem Axé - Raul Lody

 

                                     


Tomando o dendezeiro como eixo referencial, Raul Lodu conduz-nos em fascinante viagem pelo universo da cultura afro-brasileira indicando, descrevendo e analisando sua constituição multiprismática e sua marcante presença utilitária e ritual, na qual se destaca a culinária (a dos homens e a dos deuses), o doce cheiro e o paladar do dendê.

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Livro de Pontos - Tenda Caboclo Sete Cachoeiras

 

                                        


Ótimo livro de pontos de Umbanda, dividido por linhas.
Um trabalho muito bem feito pela Tenda Caboclo Sete Cachoeiras.

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Guia Prático da Lingua Yorubá - Fernandes Portugal

 

                                        


O consagrado autor Fernandez Portugal Filho nos brinda com uma raridade no campo da bibliografia afro-brasileira: o Guia Prático da Língua Yorùbá em quatro idiomas: português, espanhol, inglês e yorùbá.
Esta obra completa o novo horizonte que se levanta para os interessados nas raízes culturais africanas no Brasil: o plano internacional, ou melhor, aquilo que se denominou "Américas Negras".
Guia Prático da Língua Yorùbá foi escrito na tradição nigeriana, com pequenas frases da sabedoria yorùbá que não podem ser entendidas isoladamente e que guardam uma visão de mundo que muitas vezes permanece invisível aos olhares ocidentais.
Este livro tem o poder de sanar várias dúvidas, pois percorre meticulosamente a gramática original, além de esclarecer o intrincado tecido lingüístico bordado por nossos ancestrais.
Seu glossário abre um leque imenso de opções, e a quantidade de palavras do vocabulário moderno prova que este não é um livro voltado para o passado.

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