Blog do Oríosè: Fanti Ashanti–Pai Euclides "Talabian" Ferreira

Fanti Ashanti–Pai Euclides "Talabian" Ferreira

 
Fanti Ashanti - Pai Euclides

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Homenagem ao pai Euclides "Talabian" Ferreira


Casa Fanti Ashanti em em São Luiz,Maranhão.
Rua Militar 160 Bairro Cruzeiro do Anil

Pai Euclides abriu o seu terreiro em 1958, no sítio do Igapara, com o nome de Tenda de São Jorge Jardim de Ueira. De acordo com o Estatuto do terreiro, transcrito em um dos seus livros publicados (FERREIRA, 1987, p.121), apesar da Casa ter recebido uma denominação semelhante à de muitos terreiros de Umbanda ou de caboclo, já teria nascido identificada com a nação Fanti-Ashanti [6].
Mas tudo indica que, durante muito tempo, era mais conhecida como terreiro de Tabajara, de Juracema (entidades caboclas) e de Mãe Maria, entidade feminina que, apesar de não ter incorporado nele no Terreiro do Egito, foi muito importante nos primeiros anos da Casa e que foi mais tarde por ele apresentada no Candomblé como a Oxum mais velha (FERRETTI,M., 2000, p. 263). Em 1963, a Casa Fanti-Ashanti foi transferida para o bairro do Cruzeiro do Anil. Cinco anos depois era realizada ali a primeira iniciação completa de filho da Casa - o paraense João Albino de Aquino, adotando características que fugiam do modelo da Mina do Maranhão e a aproximavam do Candomblé da Bahia.
Mas, na época, Pai Euclides se apresentava como babalorixá de inkice Talabian de Urumilá, como foi registrado no certificado conferido àquele filho-de-santo. Em 1974, Pai Euclides se apresentou à pesquisadora Maria Amália Barretto como filho de To Alabi Oxanaim (sic.) de Urumilá e de Oxum Apará (BARRETTO, 1977, p.121).
A quarta ligação de Pai Euclides com entidade associada a Lissá ocorreu 8 anos após a iniciação de João Albino e cerca de 10 anos após o falecimento de sua mãe-de-santo, quando ele recebeu Orixá Oguiã no Xangô de Recife (1976). Em 1980, depois de “tirar a mão de vumbe” em Recife, oficializou, na Casa Fanti-Ashanti, o Candomblé que, segundo declara, já vinha sendo adotando desde 1976 (FERREIRA, 1984, p.11), passando a entrar em transe no Candomblé principalmente com Oxalá e a receber Mãe Maria como Oxum.
A partir daí o seu terreiro, que já vinha em expansão, cresceu bastante, passou a ser mais apresentado e conhecido como de Oxalá e sua nação passou a ser definida mais como jeje-nagô do que como fanti-ashanti. No 30º aniversário do terreiro, Pai Euclides se refere a ele como “Casa Branca Fanti-Ashanti” e como “Casa de Oxalá”.
Com a “mudança de nação” da Casa Fanti-Ashanti, Pai Euclides reelaborou sua identidade jeje e passou a apresentar-se como ligado ao jeje-mahi, nação em que seu pai-de-santo Severino Ramos, o Raminho de Oxossi, recebeu parte do seu axé (FERREIRA, 1987, p.98). Mas, mesmo “mudando de nação”, ele continuou alimentando o sonho de se ligar diretamente a um sacerdote africano do Gana ou do Benin (FERRETTI, M, 2000, p. 180), o que implicaria numa retomada de suas ligações com o Terreiro do Egito e com o vodum Lissá, na Casa das Minas.
“[5] No certificado preparado para o paraense João Albino de Aquino, a Casa era apresentada como “Abassá Olissa de Urumilá”, do babalorixá de inkice Talabian de Urumilá. A relação de Pai Euclides com Urumila já foi por ele lembrada para justificar a realização em sua Casa da Festa do Espírito Santo, tradicional no Maranhão, considerando-se que no sincretismo afro-brasileiro os dois são associados.
[6] Não localizamos, no SIOGE (imprensa oficial do Estado), o Diário Oficial em que
foi publicado o referido Estatuto.”
O terreiro, Tenda São Jorge Jardim de Oeira da Nação Fanthi-Ashanthi, foi inaugurado no dia 01 de Janeiro de 1958 no sítio do Igapara às margens do rio bacanga em um lugarejo de São Luis, posteriormente a Casa Fanthi-Ashanthi transferiu-se para a Rua Militar, nº 1158, no bairro do Cruzeiro do Anil em São Luis-MA, no dia 01 de Janeiro de 1964, onde permanece até os dias atuais, um local estratégico e facil de se chegar.
Não somente como pioneiro a implantar o candomblé no estado do Maranhão, precisamente em São Luis, mas também como cultuador do tradicional Tambor-de-Mina e outros ritos, se mantendo bastante coerente no trato das questões religiosas considerando com muito cuidadoas práticas que a casa difunde, para que não haja choque entre a ancestralidade e a comunidade.

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